A convite da ACISAT, José António Silva, Presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), reuniu com os empresários desta região, dando assim cumprimento a uma carregada agenda de contactos que está a fazer de Norte a Sul do país.
No pretérito dia 5, no Auditório do Centro Cultural de Chaves, cerca de uma centena de empresários, na sua esmagadora maioria dos sectores do Comércio e Serviços, escutaram daquele dirigente da CCP palavras duras e de forte contestação à acção do Governo.
No entender daquele representante máximo do Comércio e Serviços de Portugal, o Poder Central tem tido e quer insistir numa discriminação positiva, relativamente às grandes superfícies comerciais, esquecendo que a actividade comercial sempre foi historicamente reconhecida pela sua solidariedade e dignificação humana. Para além disso, continua a ser o maior empregador nacional, mantendo 690.000 postos de trabalho, contra os 60.000 empregos (muitos deles precários) das grandes superfícies.
Apesar destes factos, na opinião daquele dirigente de cúpula, o Comércio e Os Serviços estão transformados, presentemente, em classes proletárias, desprezadas pelo Poder Central e pouco respeitadas, até, pelo próprio Poder Local.
José António Silva mostrou-se apreensivo, quanto ao anteprojecto que o Governo apresentou, relativamente ao novo licenciamento comercial que deixou a CCP e as Associações de Comerciantes em verdadeiro estado de choque. O anteprojecto prevê, de forma camuflada, a quase liberalização total dos licenciamentos comerciais, afastando das Comissões de Autorização Comercial (COMAC) as Associações Empresariais e as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais (CCDR´s) e aumentando e concentrando, quase na totalidade, as competências das autarquias, em sede de licenciamento.
O Presidente da CCP refere que, a serem implementadas as novas regras de licenciamento – o que é possível pelas demonstrações de teimosia do actual Executivo – poder-se-á assistir a uma liberalização de instalação dos grandes espaços comerciais, o que será fatal, não só para o Comércio, mas, também, para o país.
António Silva precisou que, desde 2005, foram licenciados mais de 1,8 milhões de metros quadrados de superfícies comerciais, prevendo-se que, nos próximos quatro anos, esta área venha a duplicar.
O líder associativo apelou à união do Comércio e Serviços e à sua mobilização, caso seja necessário recorrer-se a acções que tenham um forte impacto social.