Sábado, 27 de Julho de 2024
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O Complexo dos descobrimentos

Os resultados obtidos pelas equipas de Futebol (“Sub-21”), no Campeonato da Europa; e de Seniores de Hóquei em Patins, no Campeonato Mundial, foram decepcionantes, para os adeptos portugueses (muito especialmente para os emigrantes, sempre generosos no apoio que prestam às representações nacionais que actuam no estrangeiro). O pior de tudo foi que, para além dos […]

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Os resultados obtidos pelas equipas de Futebol (“Sub-21”), no Campeonato da Europa; e de Seniores de Hóquei em Patins, no Campeonato Mundial, foram decepcionantes, para os adeptos portugueses (muito especialmente para os emigrantes, sempre generosos no apoio que prestam às representações nacionais que actuam no estrangeiro). O pior de tudo foi que, para além dos resultados, também a postura e a actuação das nossas Selecções foram, de igual modo, decepcionantes.

No caso do Futebol, o facto (as exibições que não, propriamente os resultados, sujeitos estes que estão a factores aleatórios) é de estranhar, visto a equipa portuguesa ser constituída por bons valores, como Nani, Manuel Fernandes, João Moutinho, Hugo Almeida, Miguel Veloso, Yannick Djaló, Vaz Tê, Manuel da Costa e outros. Já no caso do Hóquei, é evidente que perdeu peso, já não temos jogadores da estirpe de Júlio Rendeiro, Vaz Guedes, Fernando Adrião, Velasco, Bouçós, Livramento, Jesus Correia, Correia dos Santos, Ramalhete, Leonel, Matos, Edgar, Lisboa, nomes que todos sabiam de cor e salteado (quem sabe dizer, agora, os nomes dos hoquistas que representam as nossas Selecções?). Cristiano e Vítor Hugo terão sido os últimos elementos que deram fascínio à modalidade que, para além de não ter visibilidade internacional, se vai apagando, de tal forma que Portugal já se dá ao “luxo” de perder com a Suíça e a França e de se classificar no sexto lugar do Campeonato Mundial (se disséssemos isso, há uma vintena de anos atrás, chamar-nos-iam “maluco”).

Há muitas explicações, para este facto. Vamos, apenas, explanar uma delas: numa modalidade desportiva colectiva, não há nada a inventar. As leis existem, há que cumpri-las e procurar, tão-somente, que a bola, na posse da nossa equipa, seja introduzida na baliza adversária (e os adversários procurarão fazer o mesmo).

Para o êxito da empreitada, contam alguns aspectos, desde a valia técnica de quem joga, até aos pressupostos tácticos de quem orienta, Mas, aqui, bate o “busílis”: há treinadores que adoram inventar, por pensarem e pretenderem demonstrar que são inovadores.

Um dos aspectos essenciais diz respeito à “mentalidade” (a capacidade de gerir os fenómenos da mente). Mas isso, para os técnicos, muitos deles com “canudos” universitários, torna-se um bocado difícil, para poderem aplicar.

Nos dias de hoje, não há lugar à atitude de subestimação dos adversários que, afinal, são como nós.

Mas teimamos em pensar que somos, sempre, superiores a eles. Essa é a mentalidade de quem pensa que ainda vivemos no Império dos Descobrimentos.

Partimos, então, com a fasquia alta. E, quando regressamos, estamos destroçados!

A solução talvez passe pela aplicação da frase popular “baixar a bolinha”. Ou seja; temos necessidade de começar a aprender a baixar essa tal fasquia alta que nos persegue.

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