Terça-feira, 3 de Dezembro de 2024
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O Douro “mostra-se” na Revidouro

Durante quatro dias, a vila de Alijó será ponto obrigatório de passagem para aqueles que querem ver o Douro, no seu melhor. A edição 2007 da “Revidouro” – Feira de Vinhos e Gastronomia, a qual começa hoje e se prolonga até Domingo, tem motivos fortes de atracção, a que não é alheia a previsão de […]

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Durante quatro dias, a vila de Alijó será ponto obrigatório de passagem para aqueles que querem ver o Douro, no seu melhor. A edição 2007 da “Revidouro” – Feira de Vinhos e Gastronomia, a qual começa hoje e se prolonga até Domingo, tem motivos fortes de atracção, a que não é alheia a previsão de cerca de 20 mil visitantes.

O sector vitivinícola será o prato forte do evento, aliado, também, à gastronomia, artesanato e à muita animação que o programa festivo contempla.

A Revidouro que se realiza de dois em dois anos é uma aposta já ganha, pela autarquia local. O certame já tem o seu espaço e é uma das feiras mais importantes que se realizam na Região Demarcada do Douro. O certame que é uma autêntica montra do que o concelho tem e dá está orçado em 163 mil euros, dinheiro este saído dos cofres da autarquia. Daí a “realização bienal”.

 

Feira poderá “dar o salto”, em parceria com a iniciativa privada

 

O Presidente da autarquia local, Artur Cascarejo, quer implementar um novo modelo, para este certame: “Para darmos um salto de maior qualidade e a sua efectivação anual, era preciso abrir a organização da feira à iniciativa privada”. Mesmo com este actual modelo, Artur Cascarejo não se pode queixar, como ele próprio confirma, tendo em linha de conta, o número de “stands” e expositores.

“Esperamos que esteja na feira cerca de uma centena de expositores e 111 pavilhões. Em relação à última edição, este número reflecte um aumento, uma tendência verificada, gradualmente, todos os anos” – disse Artur Cascarejo. Mas este tipo de acontecimentos também representa uma forma de divulgar e promover o que os Municípios estão a fazer, no seu “território”. E Alijó não foge à regra. A aposta em infra-estruturas básicas de água e saneamento, novas acessibilidades internas e externas, o estímulo e incentivo ao turismo, novos equipamentos hoteleiros de grande qualidade, uma Pousada de Juventude, recuperação do Hospital da Santa Casa de Misericórdia são exemplos, entre outros. Sem esquecer uma interactividade de desenvolvimento regional, assente em projectos de parceria, como é o caso da “Plataforma Logística do Pópulo”, em parceria com as Câmaras Municipais de Sabrosa e Murça.

“Vamos criar uma plataforma logística de inovação de conhecimento e um pólo que compreenda um espaço para camiões TIR, serviços, um motel e uma zona de descanso, para camionistas” – adiantou Artur Cascarejo.

 

Incentivar uma política de iniciativas viradas para o Ambiente

 

Contudo, emerge uma política de iniciativas viradas para o ambiente, ao mesmo tempo, para usufruto das populações. E, nesta área, há duas apostas. O aproveitamento dos recursos hídricos e a energia eólica. Artur Cascarejo adiantou um conjunto de projectos que, a ser concretizado, valorizará o concelho, na componente do Turismo de Natureza. E no alvo já está a futura barragem do Tua, cuja albufeira será aproveitada, em termos turísticos, bem como a zona de pequenas linhas de água e ribeiras de Vila Chã. “Ao nível do concelho, tencionamos aproveitar mais dois espelhos de água que o concelho possui. Um deles será a barragem da Chã que queremos classificar como espaço natural e o espelho de água da barragem hidroeléctrica do Tua”. Para a primeira, o Município pretende construir um Parque de Natureza, alusivo ao ciclo do pão e da água.

“Temos dez moinhos, junto à barragem, e a ideia é a de incentivar a sua recuperação e alguns deles serem considerados espaços museológicos vivos, abertos à comunidade, para darem a conhecer uma actividade ancestral. Com uma intervenção que respeite a Natureza, vamos, de igual modo, criar uma zona de lazer, com vários equipamentos, de modo a população poder usufruir da paisagem. Julgo que será um salto importante”.

Em relação ao rio Tua, Artur Cascarejo deixou, também, novidades.

“Queremos aproveitar a barragem hidroeléctrica do Tua, através do espelho de água que a mesma vai criar. E, neste âmbito, pretendemos uma parceria das 5 Câmaras (Murça, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Mirandela e Alijó), com a EDP, no sentido de transformar esse investimento, não apenas no aproveitamento hidroeléctrico, mas numa oportunidade de desenvolvimento, de forma sustentada e integrada, para todas essas populações”.

Neste caso, referente ao concelho de Alijó, as populações beneficiadas com este aproveitamento seriam S. Mamede de Ribatua, Safres, Amieiro, Franzilhal e Carlão.

“Estas localidades vão ficar com um espelho de água extraordinário” – sublinhou Artur Cascarejo. No horizonte, há outra atracção turística, a ser potencializada, com o surgimento da albufeira do Tua.

“Este recurso permite-nos criar um outro tipo de oferta turística que são as Escarpas do Tua. Uma coisa totalmente diferente do Douro, do rio Pinhão e de outros rios. São escarpas lindíssimas, telúricas, em estado selvagem e únicas, em Trás-os-Montes e Alto Douro”. Concluindo a sua ideia, Artur Cascarejo salienta a estratégia: “No fundo, passa por aproveitar as condições naturais deste concelho. Nós somos um triângulo imperfeito, rodeado por quatro rios: o Tua, o Tinhela, o Douro e o Pinhão. Se estes rios, cada qual com as suas potencialidades, ganham a sua dimensão natural, com um espelho de água significativo, temos que aproveitar essas riquezas naturais”.

 

Potenciar o aproveitamento hidroeléctrico dos cursos de água

 

O Presidente da Câmara Municipal de Alijó, Artur Cascarejo, adiantou, ainda, que estão a ser feitos estudos, para a construção de míni-hídricas.

“Pretendemos rentabilizar o aproveitamento hidroeléctrico de alguns cursos de água. Daí, estar prevista a construção de míni-hídricas, no rio Pinhão”.

A energia eólica também não está esquecida. E a autarquia apoia a produção desta energia não poluente. Neste âmbito, em breve, nos altos da Serra do Vilarelho, será implantado um parque eólico. Ainda nas apostas nas energias renováveis, a Câmara Municipal de Alijó está a constituir uma Zona de Intervenção Florestal, ZIF.

“O concelho possui uma grande biomassa florestal e queremos que o mesmo fique ordenado, em termos florestais. Daí, a constituição de uma ZIF. Tudo isto não apenas numa componente de protecção civil e de combate aos fogos, mas, sobretudo, para que o nosso concelho possa fornecer matéria-prima, para a Central de Biomassa que tem o seu ponto de chegada, em termos eléctricos, na vila do Pinhão.

 

José Manuel Cardoso

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