A Guardia Civil (GC) espanhola, em colaboração com a Guarda Nacional Republicana (GNR), desmantelou “um grupo que se dedicava a cometer crimes contra o património, operando na zona fronteiriça entre Portugal e Espanha, designadamente, entre a província de Zamora e o distrito de Bragança”, tendo sido detidas um total de 12 jovens.
Os indivíduos, com idades compreendidas entre os 16 e os 22 anos e residência nas províncias de Zamora e de Madrid, estão relacionados, “até ao momento”, com a autoria de 28 furtos na província de Zamora e mais de 25 ocorridos nos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e de Bragança.
Segundo a GNR, “em Portugal, até ao momento, estes indivíduos estão relacionados com a autoria de nove furtos, sendo três em igrejas e os restantes em estabelecimentos comerciais. No entanto, pelos indícios apresentados e diligências realizadas, tudo indica estarem relacionados com a autoria de mais 16 furtos ocorridos nos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e de Bragança, atendendo ao ‘modus operandi’ utilizado, e aos locais escolhidos”.
O alvo preferencial do grupo eram “locais de culto da religião católica e estabelecimentos comerciais, tais como, cafés e bares de associações”, tendo sido recuperados no âmbito da operação “Clerical” alguns objetos que foram identificados como tendo sido furtados na zona fronteiriça portuguesa, nomeadamente joias e moedas com cunho português (parte delas supostamente furtadas em igrejas portuguesas) e outros produtos de origem lusa (como por exemplo ferramentas).
“No dia 12 de fevereiro de 2013, a GNR de Vimioso deparou-se com a existência de quatro furtos no concelho, dois efetuados em igrejas e os restantes em bares de associações”, recordou a Guarda, relatando que, “sabendo-se através da troca de informações estabelecidas constantemente com GC de Zamora, que a zona raiana de Espanha estava também a ser alvo deste tipo de delitos, apurou-se, supostamente tratarem-se dos mesmos indivíduos”.
A troca de informações “efetuou-se com uma maior frequência e proximidade, ou seja, sempre que existia um crime deste tipo era comunicado entre as duas forças policiais, GNR e GC”, tendo sido mesmo criada a operação “Clerical”, que permitiu identificar os vários indivíduos do grupo durante os dois meses seguintes.
Mais, a Guarda revelou que “um dos fatores determinantes para a investigação, foi a detenção de um dos indivíduos por posse de arma ilegal, arma transformada possivelmente em Portugal, sendo possível relacionar o homem com os restantes elementos”.
As detenções aconteceram no decorrer de várias ações, tendo sido todas efetuadas pela GC de Zamora, “pelo facto dos indivíduos serem de nacionalidade espanhola e terem residência em Espanha”.
Depois de ouvidos em Tribunal, cinco dos detidos foram sujeitos a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva, um menor de idade ficou num centro educativo para menores e os restantes ficaram com apresentações periódicas às autoridades judiciais espanholas.