A sua ligação ao desporto-rei surge no futebol de rua, sem regras. “Hoje começa-se muito cedo a trabalhar a tática, o que não faz sentido nos escalões mais baixos, como o benjamins e traquinas”, considera, lembrando que o “importante é as crianças brincarem e gostarem de jogar futebol”.
Sem um percurso como jogador, abraçou a carreira de treinador quando decidiu tirar o curso com o professor Vítor Maçãs. “Comecei no São Martinho Anta SC, na época 1996/97, em que estava na 2ª Divisão da AFVR, um clube que recordo com grande carinho, onde estive duas épocas. E as condições eram muito boas para a altura, em que fizemos um campeonato muito bom”.
Seguiram-se outros clubes, mas acabou por estar alguns anos sem treinar por motivos profissionais. Em 2016, a convite do atual presidente do Sabrosa, foi treinar uma equipa de formação do Sabrosa, numa época que “correu bem”.
Depois esteve na formação do Abambres SC vários anos. “Foi aqui que tive a minha melhor época desportiva, com jogadores extraordinários”. Agora está nos juniores do Chaves B, como adjunto, onde acredita que a equipa ainda pode ser campeã. “A melhor equipa é a minha, porque temos os melhores jogadores, boas condições de treino, mas depois nos jogos os símbolos e os nomes não jogam. As equipas estão sempre motivadas para jogar contra o Chaves”.
Além de treinador e de um longo percurso na carreira militar, António Barros é também “mental coach”, que ajuda a potenciar os jogadores, de forma a maximizar o seu próprio desempenho. O processo de coaching é desenvolvido através da relação terapêutica entre Coach (o terapeuta) e Coachee (você), que se baseia na confiança mútua, dedicação, compromisso e empenho.
“Para se ser um grande jogador, o treino mental é essencial para ajudar os jogadores a serem melhores. O Cristiano Ronaldo tem muita força mental, o que o ajudou muito na sua carreira”, revela António Barros, adiantando que as respostas “estão dentro de nós. O mais difícil, é colocar-nos no lugar do outro”.
Para a construção de uma equipa, o treinador destaca a importância do “mental coach”, que identifica quatro fases: a formação, a resistência, a normalização e o rendimento.
“São quatro fases fundamentais que devem ser ultrapassadas, para se construir uma boa equipa e depois isso vê-se nos primeiros jogos da época”.
Por último, o técnico refere que “há uma coisa que nunca digo aos jogadores: hoje és tu e mais 10, porque isso coloca muita pressão sobre o jogador”.
A entrevista está disponível, na íntegra, nas páginas de Facebook e Youtube do jornal A Voz de Trás-os-Montes, no site ou em podcast, através do Spotify.