Sexta-feira, 26 de Julho de 2024
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Paulo Freixinho, um ícone das palavras cruzadas em Portugal

O especialista já publicou milhares de passatempos em vários jornais e revistas portugueses, contando atualmente com um site, um blogue e um canal no YouTube.

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O célebre jogo mental que tem desafiado a inteligência e o raciocínio de várias gerações faz, amanhã, 104 anos que surgiu pela primeira vez num jornal (New York World).

Embora no Antigo Egito já se praticasse este jogo de uma forma menos arrojada e não tão complexa como atualmente, foi, em 1913, pela mão do inglês Arthur Wynne, que as famosas palavras cruzadas surgiram para vício de milhões de pessoas.

O desafio mental que convoca uma série de palavras, interligadas umas com as outras, e que até serviu de instrumento para decifrar os vários códigos de comunicação durante a segunda Guerra Mundial, fazem, atualmente, parte do dia a dia de milhões de portugueses, como nos conta o especialista Paulo Freixinho, que há quase 30 anos se dedica em fazer palavras cruzadas.

O desenhador gráfico e especialista na construção de palavras cruzadas refere que a “paixão e o talento” em construir este jogo surgiu quando ainda era jovem, onde não havia internet para ocupar os tempos livres, tal como acontece atualmente. Em termos profissionais, Paulo Freixinho conta que tudo começou no inicio dos anos 90 quando trabalhava, como desenhador, para uma revista.“No ateliê onde trabalhava, enquanto desenhador, numa revista de cinema, surgiu a primeira oportunidade de criar uma página de passatempos. Na altura, só desenhava uma tira de humor e as palavras relacionadas com cinema, pelo que foi com enorme satisfação que abracei essa oportunidade.

Mais tarde, ainda no ateliê, criei uma revista de passatempos com um colega e desde então que me mantenho fiel às palavras cruzadas”. Apesar das novas tecnologias proporcionarem outro tipo de passatempos, como os videojogos, captando a atenção dos mais novos, o artista aponta que são várias as pessoas que ainda fazem palavras cruzadas para passar não apenas o tempo, mas também para “exercitar o cérebro, enriquecer o seu vocabulário e os seus conhecimentos de cultura geral”.

“Há ainda muitas pessoas a fazerem palavras cruzadas diariamente quer nas revistas quer nos próprios jornais. Obviamente que o público mais abrangente são as pessoas mais velhas, mas os jovens também fazem bastante, procurando exercitar e estimular o cálculo mental”, aponta. Paulo Freixinho é um dos nomes mais sonantes desta área, tendo já colaborado com os principais jornais e revistas portuguesas, onde já publicou milhares de passatempos.

Questionado sobre o segredo da sua arte, o especialista conta à VTM que é “necessária muita paciência”, mas também “muita leitura”. “Paciência é muito importante, sempre gostei de puzzles e então fazer puzzles com palavras tornou-se um desafio. Ultimamente, leio muito e vou buscar inspiração aos livros, onde surge bom vocabulário”.

Contudo, Paulo Freixinho esclarece que faz questão “de trabalhar à moda antiga”, recorrendo, ainda, aos “quadriculados, à lapiseira e à borracha”, pois não pretende que seja o computador a fazer as suas palavras cruzadas, uma vez este não ter a mesma capacidade para o fazer. Nesta área, o especialista conta com um blogue dedicado às palavras cruzadas, o qual é visitado um pouco por todo o mundo e muito pelos países lusófonos (em 2013, ano do centenário das Palavras Cruzadas em jornal, foi alcançado o redondo número de um milhão de visualizações).

Já em 2011, realizou o sonho de publicar o livro ‘Palavras Cruzadas com Literatura’, pela Quetzal. No final de 2014 conseguiu com que a sua palavra favorita, «xurdir» (fazer pela vida), constasse entre as candidatas à Palavra do Ano, da Porto Editora (a palavra ficou num honroso segundo lugar). Também em 2015, lançou um site onde é possível fazer Palavras Cruzadas online. Termina o ano de 2017 a dar atenção ao YouTube onde fala de palavras, livros e lançou a sua mais recente criação ‘Quadrado Branco & Quadrado Preto’ (dois quadrados saídos das Palavras Cruzadas, inseparáveis, e que gostam de brincar com sinónimos).
 




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