Sábado, 27 de Julho de 2024
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“Perdeu-se o respeito pelo professor”

A frase é de Ricardo Montes, diretor do Agrupamento de Escolas Morgado Mateus, que foi o convidado do último “Contrasenso”.

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“O respeito que havia pelo professor foi-lhe retirado. Os alunos sabem que se não respeitar os professores, daí não vêm grandes consequências”, lamenta, adiantando que hoje os pais estão muito mais dentro da escola, o que nem sempre é positivo. “É bom quando os encarregados de educação entram com uma perspetiva construtiva”. No entanto, “é menos bom quando há problemas disciplinares e os pais já não vão falar diretamente com os diretores, vão os advogados dos papás e isso já acontece nas escolas de Vila Real”.

O diretor revela que recebe pais todas as semanas, com quem é mais difícil de lidar. “Aquilo que acontece é que os pais conhecem uma realidade em casa e não é a mesma que conhecemos na escola. Há uma transferência de não assunção de culpas por parte do filho para o professor. Ou seja, os encarregados de educação perguntam o que fez o professor para o meu filho reagir assim? É mais difícil lidar com os pais do que com os alunos, que na grande maioria são muito fáceis de gerir”.

Ciente dos problemas que hoje a escola enfrenta, o diretor refere que o agrupamento tem “investido muito” na inteligência emocional, em mediadores escolares e assistentes sociais.

“Vamos à sala, não damos a receita, mas sim ferramentas para eles chegarem às soluções.

Não vou dizer que não existe bullying, porque existe de certeza, mas tentamos prevenir”.

Sobre a utilização dos telemóveis nas escolas, Ricardo Montes considera que “é mau em muitas situações”, mas “há professores na nossa escola que o usam como ferramenta de trabalho e não sei se seria bom retirar os telemóveis, numa altura em que a escola digital não funciona”.

OBRAS

Na direção do agrupamento desde 2021, Ricardo Montes sublinha que tanto a Escola Morgado de Mateus como a Monsenhor Jerónimo do Amaral precisam de intervenções urgentes. “São dois equipamentos escolares que necessitam de obras urgentemente. Ainda temos isolamentos com vidro simples e o isolamento dos pavilhões já passou largamente a validade. Aquilo que se tem feito é remendos em cima de remendos. Sei que depois das obras no Liceu Camilo Castelo Branco, o município diz-nos que somos os próximos, mas não nos podemos comprometer com os prazos”.

Já sobre a Escola dos Torneios, o diretor referiu que vão “aumentar ligeiramente alguns espaços. Queremos que seja um projeto diferenciado, que liga alunos, pais e terra. Ou seja, a comunidade está envolvida na escola, e eu gostava de transformar aquele Jardim de Infância numa escola básica. Mas não sei quando será possível”.


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