Domingo, 8 de Dezembro de 2024
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Portugal obteve resultados positivos

Terminou em gala a 8.ª edição do Campeonato do Mundo de Orientação em BTT, evento que Montalegre recebeu ao longo de uma semana. Na cerimónia de encerramento, realizada no Pavilhão Multiusos, foram distribuídos prémios aos vencedores num fecho onde a organização sai com nota positiva. Isto num evento onde Portugal fez história na modalidade.

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Para o último dia de competição deste 8.º Campeonato do Mundo de Orientação em BTT esteve reservada a final de estafetas realizada no Parque do Senhor da Piedade, em Montalegre.

A final de Elites em masculinos foi a mais disputada e a vitória sorriu à Rússia, enquanto em femininos a Dinamarca sagrou-se campeã mundial. Portugal obteve a melhor classificação de sempre numa prova de Equipas Elite – 9.º em masculinos e 10.º em femininos.

 Paulo Alípio, Davide Machado e Daniel Marques foram os três elementos da equipa nacional que conquistaram um inédito 9.º lugar para Portugal. Paulo Alípio fez a primeira volta, seguindo-se Davide Machado, com o melhor tempo entre todos os participantes da segunda manga, passando o testemunho a Daniel Marques que cumpriu a última parte do percurso de Estafetas.

No final, a equipa portuguesa tinha um sentimento unânime: «correu muito bem, melhorámos em todos os registos». Daniel Marques enalteceu, ainda, a boa recuperação que fez juntamente com Davide Machado. «Esta prova foi muito boa, apesar de o Paulo não ter tido um início feliz. Chegou com 15 minutos de atraso em relação ao melhor tempo. O Davide recuperou e quando me passou o testemunho, tínhamos reduzido a desvantagem para 13 minutos. Também consegui diminuir e, no final, ficámos a 12 minutos da equipa campeã».

Na mesma linha surgiu o depoimento de Davide Machado, a grande revelação destes mundiais: «a equipa portuguesa trabalhou muito bem e que estes resultados trazem muita motivação para o futuro».

 

Domínio Russo (Homens)

A primeira equipa a cortar a meta, das 35 em prova, foi a Rússia, que concluiu a prova em 2 horas, 45 minutos e 34 segundos. Anton Foliforov, que foi bronze em Sprint e Ouro na vertente de Distância Longa, era a voz da satisfação da equipa russa: «estamos muito contentes. A prova de estafetas para nós era a mais difícil mas conseguimos. O terreno era muito difícil, foi uma prova muito dura mas conseguimos atingir o nosso objectivo manter o título mundial».

A Dinamarca e a República Checa conquistaram a medalha de Ouro e Prata, respectivamente, numa prova que foi tão disputada que era difícil prever a equipa vencedora no ponto de espectadores, o último posto de controlo, já dentro do recinto da prova.

 

Portugal em 10.º lugar (Mulheres)

Nas mulheres, tal como nos homens, Portugal voltou a alcançar um resultado histórico. Susana Pontes, Rita Madaleno e Maria Amador atingiram o 10.º lugar da Final de Estafetas, o melhor registo português de sempre em provas de equipas femininas. Rita Madaleno fez um balanço positivo da participação portuguesa nas Estafetas: «correu muito bem. As minhas colegas estiveram em bom plano. A minha parte inicial foi muito boa, mas perdi-me na segunda. Mas, faço um balanço bastante positivo e espero novas oportunidades para competir a este nível no futuro».

A equipa portuguesa terminou a final em 3 horas, 27 minutos e 42 segundos, a praticamente meia hora das campeãs dinamarquesas.

 Rikke Kornvig era o rosto da felicidade da equipa da Dinamarca: «foi um percurso muito difícil mas conseguimos, era o nosso objectivo ficar na primeira posição do pódio. Foi um resultado fantástico estamos todas de parabéns». A Finlândia conquistou a Prata e a Republica Checa levou para casa o Bronze.

 

Portugal no “TOP10” em Juniores

Porém, o feito da selecção portuguesa não se ficou pelos seniores. Também em juniores, a equipa júnior masculina portuguesa conseguiu entrar no “Top10”. João Figueiredo, Rui Silva e João Palhinha conquistaram o 9.º lugar, com o tempo final de 3 horas, 33 minutos e 12 segundos.

O pódio foi preenchido, uma vez mais, por equipas da Europa – República Checa, Rússia e Finlândia que conquistaram as três primeiras posições mundiais. A prova júnior feminina contou apenas com quatro equipas, coroando a Republica Checa com o Ouro, a Rússia com a Prata e a Áustria com o Bronze.

  

Aldeia Olímpica 

Eduardo Oliveira, director da prova, fez um balanço bastante positivo deste evento: «foi uma semana intensa de trabalho e com muita competitividade. Correu bastante bem à equipa portuguesa, sobretudo com os excelentes resultados do Davide Machado». Para Eduardo Oliveira o concelho de Montalegre foi uma muito boa escolha para receber estes mundiais: «Montalegre oferece todas as condições naturais, paisagísticas e culturais para a realização da prova. Procurámos aproximar os atletas da população, como forma de promover a Disciplina de Orientação em BTT. O Pavilhão Multiusos, no centro da vila, foi bem rentabilizado pela organização e pelos atletas. Montalegre tem sido, nestes dias, uma “Aldeia Olímpica”».

Edmond Szechenyi, da Comission Chair – Federação Internacional de Orientação, felicitou a Federação Portuguesa de Orientação pela organização da prova: «fiquei muito satisfeito quando soube que Portugal iria organizar estes Mundiais. Portugal foi corajoso porque é arriscado um país pequeno organizar um grande evento com tantos atletas. Estão a fazer um excelente trabalho, desde os locais da competição até ao espaço onde todos os atletas se encontram com a organização».

Sobre a possibilidade de a Orientação em BTT se tornar uma Disciplina Olímpica, afirmou que «gostaria bastante. Há um projecto nesse sentido, mas é difícil. Para já temos que estar presentes nos Jogos Mundiais e depois então avançar». Edmond deseja que esta organização impulsione esta vertente da orientação em Portugal: «tenho esperança que Portugal aproveite bem, tal como outros países já o fizeram, a Polónia é um bom exemplo, para desenvolver a modalidade após esta organização tenho a certeza que vai haver novos praticantes».

 Termina, deste modo, o Campeonato Mundial de Orientação em BTT, depois de cumpridas a prova de Sprint, as vertentes de Distância Longa e Média e a prova de Estafetas, que trouxeram ao concelho de Montalegre muita animação e excelentes mostras de competitividade e ‘fair-play’.

Sublinhar, de novo, que Portugal melhorou, na categoria Elite, todos os registos, com destaque para o 11.º lugar de Daniel Marques em Sprint, a 7.ª posição de Davide Machado em Distância Longa e o seu 12.º posto em Distância Média, o 18.º lugar de Susana Pontos em Sprint e, a fechar com chave de ouro, as classificações obtidas na prova de estafetas – 9.º masculinos e 10.º em femininos.

No somatório dos dois campeonatos, a Rússia lidera o número de Medalhas -11, seguindo-se a Republica Checa – 10 e a Finlândia com 7.

Os atletas preparam-se agora para o próximo Mundial que tem lugar em Vicenza, Itália, de 20 a 28 de Agosto de 2011.

 

CLASSIFICAÇÕES:

(Masculinos – M21)

1º Rússia (R Gritsan, V Glukhov, A Foliforov) 2.45.34; 2º Dinamarca (B Refslund, ES Knudsen, LB Pedersen) 2.46.09; 3º República Checa (R Laciga, J Lauerman, M Pospisek) 2.48.10; 4º Finlândia (T Turkka, J Laurila, S Saarela) 2.49.09; 5º Suiça (B Oklé, S Seger, B Schaffner) 2.49.36;

6º França (S Toussaint, C Souvray, M Barthelemy) 2.51.24; 7º Itália (G Origgi, M Ruggiero, L Dallavalle) 2.53.38; 8º Eslováquia (M Trnovec, R Chrappa, P Paprcka) 2.56.10; 9º Portugal (P Alípio, D Machado, D Marques) 2.57.22; 10º Áustria (T Breitschadel, B Schachinger, A Rief) 3.01.30

 

(Masculinos – M20)

1º República Checa (K Bogar, M Tisnovsky, V Stransky) 2.57.16; 2º Rússia (M Utkin, G Medvedev, P Ryabinin) 3.02.01; 3º Finlândia (T Lahtinen, J Hostman, S Pokala) 3.02.29;

4º Dinamarca (R Sogaard, A Bergman, A Konring) 3.03.47; 5º Austrália (C Firman, M Gluskie, L Poland) 3.08.33; 6º Áustria (G Wallas, M Seppele, M Moser) 3.32.55; 7º Portugal (JM Figueiredo, R Silva, J Palhinha) 3.33.12.

 

(Femininos W20)

1º República Checa (M Lamichova, M Brezinova, M Seifertova) 2.30.46; 2º Rússia (T Repina, A Bolshova, O Vinogradova) 3.02.03; 3º Áustria (T Haindl, J Ritter, C Traint) 3.25.31.

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