Sábado, 7 de Dezembro de 2024
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Postos encerrados complicam a vida aos turistas

É uma prática comum, na região duriense, nada abonando, em termos da sua imagem. A esmagadora maioria dos postos de turismo está encerrada, aos sábados e domingos. Uma tendência que se acentua mais na “época baixa”, sendo seguida por Municípios e, até, pelas Regiões e Juntas de Turismo.     O facto de “não haver […]

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É uma prática comum, na região duriense, nada abonando, em termos da sua imagem. A esmagadora maioria dos postos de turismo está encerrada, aos sábados e domingos. Uma tendência que se acentua mais na “época baixa”, sendo seguida por Municípios e, até, pelas Regiões e Juntas de Turismo.

 

 

O facto de “não haver movimento que justifique a abertura dos mesmos” ou “ a falta de recursos humanos” são os argumentos utilizados, pelas autarquias que apostam na sazonalidade da sua abertura. Uma das autarquias que ainda mantém aberto o seu posto, durante o fim-de-semana, é a Câmara Municipal de Mesão Frio. No entanto, este exemplo não é seguido por outros.

 

Situação justificada pela sazonalidade do turismo duriense

 

O posto da Junta de Turismo das Caldas de Moledo, situado na Régua, fecha as portas, ao fim-de-semana, à excepção do período entre 1 de Junho e 30 de Setembro.

“Não se justifica a sua abertura, nos outros meses, já que a afluência de pessoas ao posto é diminuta. Alem disto, regulamo-nos pelo turismo fluvial, cujo movimento, no Verão, é maior, o que não acontece no Outono e no Inverno” – disse-nos o Presidente da Junta de Turismo das Caldas de Moledo, Manuel Mesquita.

Em Vila Real, também não há posto aberto. O da própria Região de Turismo da Serra do Marão, RTSM, fecha, ao fim-de-semana.

“Se não há movimento de visitantes, porque havemos de o manter aberto?” – justifica o responsável do organismo, Armando Miro que acrescenta: “A sazonalidade do Turismo provoca esta situação. Além disso, as pessoas que queiram saber algo, sobre a região, podem encontrar elementos na Internet e em outros estabelecimentos”.

Também, em Santa Marta de Penaguião, o posto local está fechado, ao fim-de-semana. No concelho da “concha vinhateira”, por excelência, com muitas atracções turísticas, a sua abertura, porventura, justificar–se-ia. Assim o entende o Presidente do Município, Francisco Ribeiro:

“De facto, é uma realidade estar fechado, mas vamos alterar esta situação, em breve. Embora note que há um movimento reduzido, na afluência, é importante que ele esteja aberto, ao fim-de-semana”.

De referir que este Posto de Turismo está instalado no centro da vila, num magnífico edifício em xisto. Encerrado, ao domingo, também está o posto de Murça.

“Nem sempre a afluência de turistas ao concelho é a mesma. Daí termos optado por um funcionamento sazonal do posto que incide sobre algumas datas turísticas de maior interesse, para a região” – argumentou o Presidente da Câmara Municipal, João Teixeira.

 

Postos deverão acolher outras valências

 

A vila de Sabrosa, terra de Fernão de Magalhães e possuidora de um património vinhateiro ímpar, tem, igualmente, o seu posto fechado. O seu encerramento é explicado, pelo Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, José Marques:

“Em tempos, tivemos um posto que funcionou nas antigas instalações de um edifício onde se situava, também, a Junta de Freguesia. Agora, como entrou em obras, teve, obviamente, de ser desactivado”.

Para o futuro, o edil adiantou que, neste momento, “estamos em negociações, com a Casa do Douro, para a possibilidade de realizar um acordo de comodato, para a cedência das antigas instalações do Grémio da Lavoura, para aí ser instalado o Posto de Turismo. Se tal acordo se concretizar, além do Posto de Turismo, o mesmo espaço, depois de ser alvo de obras de remodelação e adequação às suas novas funcionalidades, poderá acolher outras valências, ligadas à Cultura, à Vinha e ao Vinho” – acrescentou.

O edifício em causa é um imponente imóvel, com tradições ligadas à lavoura duriense, próximo do Hotel de Sabrosa.

O Posto de Turismo de Alijó só abre durante a semana. Os recursos humanos disponíveis para a sua abertura são a razão apontada. Uma lacuna que parece poder vir a ser colmatada, brevemente, conforme apurámos. Porventura, ainda em Janeiro, deverá abrir, também, aos fins-de-semana. Será, sem dúvida, uma boa novidade, para os turistas que demandam esta vila duriense.

Em Tabuaço, quem quiser visitar o posto local, ao fim-de-semana, terá de se dirigir… à Biblioteca Municipal. Aqui, alguém poderá conduzir o turista a visitar o posto local. Porém, esta disponibilidade é cingida ao horário da Biblioteca Municipal, com a particularidade de, no Domingo, “abrir só de tarde, a partir das 14 e até às 17 horas”.

 

Internet facilita as coisas

 

O Presidente da ADETURN e, ao mesmo tempo, da Região de Turismo do Douro Sul, Jorge Osório, fez uma leitura muito própria, sobre o encerramento dos postos do turismo, aos domingos.

“Em termos de Região do Douro, o encerramento de alguns é capaz de ser compreensível, dada a escassa afluência e solicitações, na época baixa. Alguns até deveriam encerrar. Apesar de reconhecer que há alguns que devem manter-se abertos, dada a sua importância turística, como são os casos da Régua, Lamego e, até, do Pinhão”, Jorge Osório desdramatiza o “fecho de portas” e até refere que “na Itália e na Alemanha, os postos de turismo estão fechados, também, aos domingos”. Contudo, defende que a informação procurada pelos turistas já está na Internet, o que facilita as coisas. E “as pessoas que vêm ao Douro sabem o que querem, quando para cá se deslocam”. Jorge Osório comenta o facto de a situação se alterar, quando há necessidade de reservas. Este dirigente deixa no ar novas valências, para os Postos de Turismo.

“Além de toda a informação disponibilizada a quem visite a região, os espaços dos postos de turismo deverão ter outras ofertas, mais alargadas, como, por exemplo, a venda de produtos regionais.

De referir que o posto da Região de Turismo do Douro Sul está situado, na Avenida Visconde Guedes Teixeira, próximo da Sé. Também encerra ao domingo…

Caso para dizer: “Em casa de ferreiro, espeto de pau”.

 

José Manuel Cardoso

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