Não há muitas decisões que não se baseiem num percentual, índice ou taxa orientadora. Apesar da vasta e diversa quantidade de indicadores que temos ao dispor, muito temos carecido da existência de um índice de desgaste, para avaliar o atual governo de António Costa. Apesar de evidente aos olhos de todos, a progressiva corrosão interna, assumida com os constantes casos e casinhos, atritos e incómodos gerados no seio do partido socialista, e da equipe governativa em particular, muito beneficiaríamos se pudéssemos, analiticamente, perceber o real desgaste que provoca esta forma de fazer política nas pessoas.
Recordista em remodelações forçadas António Costa soma e segue, contando já com 13 demissões no último ano num governo de maioria absoluta, algo nunca visto na nossa democracia!
As polémicas sucedem-se a um ritmo vertiginoso e por vezes até difícil de acompanhar.
Tudo começou com indício de doença governativa com a saída em agosto da Ministra da Saúde e o seu secretário de estado. Não perdendo muito tempo, logo em novembro, assistimos ao mandato mais curto da história de um secretário de estado que se demite no mesmo dia da sua nomeação por acusações de prevaricação. Duas semanas chegaram para que mais dois elementos do governo caíssem por divergências assumidas com o Ministro da Economia. E o tempo foi passando, com uma demissão aqui, e outra demissão acolá, até que se chega ao sinistro dossier da TAP, com mais demissões, a que se juntam falsas declarações, alegadas indeminizações e quebras hierárquicas numa avalanche de polémicas com contornos jurídicos que teimam em não deixar o Costa sossegar.
Treze, são já treze, um número que para muitos simboliza o azar, sim o azar de ver a perda de controle político que o atual primeiro-ministro tem evidenciado.
As polémicas aliam-se ao descontentamento social com as greves a multiplicarem-se nos mais diversos setores e o sinal de desgaste torna-se evidente. Valha-nos, pois, os fundos do PPR para aligeirar a desgraça segurando Costa a uma casa em ruínas.
Por cá vemos como provado o dito popular: “quem sai aos seus não degenera” e assistimos ao desgaste do partido socialista que na sua evidente perda de preponderância e capacidade de influência junto do poder central, vai perdendo muitas das oportunidades que poderiam ser estratégicas para o concelho.
O governo do partido socialista vai distribuindo subsídios pela população.
No Império Romano, o Imperador Otávio Augusto (27 a.C. – 14 d.C.), visando a manter estabilidade social no Império, criou a política do “pão e circo”, que envolvia a distribuição de cereais, e a promoção de vários eventos para entreter e distrair o povo dos problemas mais sérios na fundação da sociedade romana. Ele acreditava que se o povo tivesse alimento e diversão em abundância, apoiaria o sistema político imperial.
Mais de 2000 anos depois, é caso para perguntar: Quo Vadis Vila Real? Quo Vadis Portugal?