Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde, divulgado na última segunda-feira, 26 dos 308 concelhos do país estão acima do limiar de risco de incidência de Covid-19, estando entre eles Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, e Vimioso, no distrito de Bragança.
Na região de Trás-os-Montes e Alto Douro há dois concelhos que correm o risco de não desconfinar por apresentarem um valor superior a 120 casos por 100 mil habitantes, nos últimos 14 dias, número definido, aquando da apresentação do plano de desconfinamento, para a revisão das medidas de reabertura. São eles Ribeira de Pena, com 283 casos/100 mil habitantes, e Vimioso, com 174 casos/100 mil habitantes.
Caso, se na próxima avaliação do Governo, estes concelhos não apresentarem uma redução dos números, as medidas de desconfinamento não vão avançar.
Ainda de acordo com o boletim epidemiológico lançado segunda-feira, 54 concelhos não apresentavam qualquer caso ativo de Covid-19, entre eles, Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães e Miranda do Douro, no distrito de Bragança, Alijó, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião e Murça, no distrito de Vila Real e Penedono, no distrito de Viseu. Entretanto, outros concelhos da região viram os casos ativos recuperarem.
Tarouca também surgia na lista, mas segundo o boletim emitido pelo município a 5 de abril, o concelho registou o surgimento de um caso, assim como Alijó.
ANTÓNIO COSTA REUNIU COM AUTARCAS
No dia seguinte à divulgação do boletim epidemiológico, o primeiro-ministro António Costa reuniu, por videoconferência, com os autarcas dos concelhos com maior incidência cumulativa nos últimos 14 dias, para determinar mecanismos para controlar a situação pandémica, sendo um deles a testagem em massa.
Nos próximos 15 dias vai haver nestes concelhos, um reforço da fiscalização por parte das autoridades tendo em vista o controlo dos contágios que, maioritariamente, estão a ocorrer em obras, colheitas e fábricas e que colocaram vários concelhos do país na zona vermelha do plano de desconfinamento.
“Vamos articular ações específicas da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), em conjunto com as autoridades de saúde pública, tendo em vista criar melhores condições sanitárias nesses locais de residência e, também, para que se desenvolvam ações de testagem massiva nos casos em que não se encontrem em curso. É preciso detetar pessoas infetadas e quebrar as cadeias de transmissão”, indicou António Costa em conferência de imprensa, no final da reunião.
O Governo tem vindo a avisar que alta incidência pode ser um critério para travar o desconfinamento, assim como o valor do Rt (índice de transmissibilidade) que, no continente, subiu para 1, na última segunda-feira. A nível nacional, e relativamente à incidência cumulativa, o número desceu para 60,9 casos por 100 mil habitantes.