Depois de Murça, unidade que funcionou de forma piloto, foi em Sabrosa que entrou em funcionamento a segunda unidade da Rede de Cuidados de Continuados do Distrito. Mais de seis meses depois e no dia da sua inauguração oficial, os resultados são considerados positivos, com o registo de elevadas taxas de ocupação. O próximo passo, segundo o responsável por aquela infra-estrutura, é a sua reconversão energética, para aliviar a factura dos combustíveis. Este mês, deverão entrar em funcionamento mais três unidades do género, no distrito, num total de mais 80 camas.
Desde o dia 19 de Dezembro que está em funcionamento a Unidade de Cuidados Continuados de Média Duração e Reabilitação da Santa Casa da Misericórdia de Sabrosa, uma infra-estrutura que, orçada em 1,5 milhões de euros, contou com a sua inauguração oficial, no dia 4, numa cerimónia presidida pelo Secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro.
Com uma taxa de ocupação entre os 85 e os cem por cento, desde, praticamente, a sua entrada em funcionamento, a unidade conta, actualmente, com lotação esgotada, ou seja, 20 utentes, dos quais 50 por cento são de fora do distrito de Vila Real e apenas um é natural de Sabrosa. Confrontado com as estatísticas, Manuel Pizarro lembrou que todas as pessoas que dele necessitem podem ter acesso ao novo serviço de Saúde sabrosense, já que “os utentes são encaminhados, através do Serviço Nacional de Saúde ou do próprio médico de família”.
O Secretário de Estado sublinhou, ainda, que as Unidades de Cuidados Continuados funcionam em rede, para dar resposta a todas as solicitações de uma sociedade cada vez mais envelhecida.
“Ter uma população envelhecida também é sinal de que a esperança de vida das pessoas é maior”, considerou o responsável político, sublinhando que o importante é que sejam garantidas respostas capazes de dar “qualidade de vida” aos idosos.
“Há tratamentos que não exigem hospitalização. No entanto, muitos idosos não têm condições de recuperação, com acompanhamento adequado, nas suas casas, daí a importância deste esforço de criar uma rede de Cuidados Continuados que, iniciada em 2006, actualmente, já conta com mais de 2.400 lugares e que, até ao final deste ano, pretende disponibilizar, aos utentes, 5 mil novas camas”.
Manuel Pizarro congratulou-se com o facto das unidades que já se encontram abertas ao público conterem taxas de ocupação elevadas, um indicador que mostra que “este era um investimento necessário”.
Por outro lado, Martins Freitas, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Sabrosa, chamou a atenção para o esforço financeiro que aquela Instituição Particular de Segurança Social (IPSS) tem que fazer, para garantir serviços de qualidade, aos seus utentes. Contando com mais de três dezenas de pessoas a trabalhar, algumas a tempo inteiro, outras apenas prestando serviços de forma esporádica e, sempre que necessário, a Unidade de Cuidado Continuados de Sabrosa, em funcionamento “durante 24 horas por dia, sete dias por semana”, confronta-se com “custos muito elevados”.
“Só em alimentação e climatização dos espaços temos registado, ao longo dos últimos seis meses, aumentos mensais significativos, o que é preocupante”, frisou Martins Freitas. O Provedor da Misericórdia deixou um apelo, ao Secretário de Estado, para que o Governo possa apoiar o projecto da IPSS de apostar nas energias renováveis.
“Temos um parecer técnico que indica que poderemos reduzir a factura dos combustíveis entre 30 a 40 por cento”, contabilizou o Provedor.
Em resposta ao repto, Manuel Pizarro adiantou que o Ministério da Saúde tem ainda 30 milhões de euros para investir no alargamento da rede de Unidades de Cuidados Continuados e que equacionará a possibilidade de alocar parte desse financiamento para a reconversão energética de infra-estruturas.
Rui Santos, Director do Centro Distrital de Segurança Social de Vila Real, adiantou, ao Nosso Jornal, que, até ao final de Julho, entrarão em funcionamento mais três Unidades de Cuidados Continuados, nos concelhos de Vila Real, Peso da Régua e Alijó, os quais vão totalizar mais 80 novas camas, para a recuperação de média e longa duração.
Maria Meireles