Considerados já infrutíferos alguns dos métodos usados para travar a invasão desta espécie predadora, verifica-se que os ninhos e colónias se vêm multiplicando notoriamente nos últimos meses.
Sabe-se que chegou ao norte de Portugal em 2011, após ter entrado na Europa em 2004, provavelmente oriunda da Ásia (razão do nome “asiáticas”), e que o seu ritmo de progressão é de 70 a 80 quilómetros por ano, daí que todo o Norte, Beiras e Tejo acusem já registos da presença dos ninhos desta vespa. O perigo maior, dizem os especialistas, reside na ameaça à apicultura, por se tratar de uma espécie carnívora predadora das abelhas, mas também à saúde pública, pois, no caso de se sentirem ameaçadas, atacam o homem, podendo persegui-lo em centenas de metros.
Têm valido, por isso, as sessões de esclarecimento às populações, realizadas por técnicos e autarquias, no âmbito de um plano de ação para a vigilância e controlo da espécie, onde se divulgam os procedimentos a seguir e se apela a cuidados redobrados e à identificação tanto quanto possível dos ninhos de vespas, para que sobre eles haja uma intervenção destruidora pela mão dos profissionais, e apenas profissionais, pois, de outro modo, esta operação pode ser extremamente perigosa e mortal, como se comprovou já.
São evidentes também as preocupações da comunidade científica, ao procurar, com meios inovadores, as melhores soluções para travar esta ameaça. Na linha da frente, estão investigadores da UTAD. No âmbito do projeto “GoVespa”, estudam a aplicação de novas tecnologias que permitam seguir o voo das vespas até ao ninho, a fim de monitorizá-lo, avaliando a melhor forma de o destruir assim como as dinâmicas das vespas na zona envolvente. A captura de vespas vivas, sem as ferir, e a colocação de um micro transmissor no dorso será um dos passos da investigação.
Cumpre-se assim um dos princípios mais nobres da Ciência: a Ciência aberta à sociedade, a propor soluções objetivas para os problemas da vida, dos cidadãos e do meio ambiente.