“É cada vez mais difícil recrutar bombeiros voluntários e outros profissionais para a associação”, desabafa, destacando “o sacrifício daqueles que ainda cá estão” Segundo o mesmo responsável, “cada vez é mais difícil completar as escalas de serviço ou fazer equipas para o combate a incêndios florestais”.
Olhando para o parque de viaturas, o presidente admite que, “neste momento, é algo que não nos preocupa, até porque não temos gente para andar com elas”, mas não esconde que “temos algumas com mais de 40 anos”.
“Acho que as pessoas não têm noção da real situação das associações, principalmente os sócios”
Carlos Fernandes – Presidente
Esta associação, como tantas outras, “vai sobrevivendo”. O atraso no pagamento dos serviços prestados é um dos motivos. De acordo com Carlos Fernandes, “houve um período muito complicado, com tempos de espera superiores a seis meses. Neste momento está melhor, mas é preciso uma gestão bem feita. Os encargos para uma associação como a nossa são muitos, com vencimentos, combustíveis e manutenção de viaturas”.
“O valor por quilómetro, na saúde, é muito baixo e depois as horas de espera prejudicam não só a Associação, como os próprios utentes, porque estamos a falar de meios que estão ali parados, podendo fazer falta noutras situações. Quando há falta de pessoal isso nota-se mais”, indica o presidente.
Apesar de tudo, as pessoas “não conseguem viver sem os bombeiros, mas acho que a situação das associações lhes passa ao lado, principalmente dos sócios. Os bombeiros existem, mas ninguém quer saber como é que estão”, lamenta Carlos Fernandes. E Abílio Félix, comandante, completa, admitindo que “as pessoas não perguntam se há bombeiros, só querem ser servidos”.
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