Com pouco mais de 70 anos, a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços (SCMV) é uma das grandes instituições do país a atuar na área social, sendo já uma referência nacional.
Conta com 10 estruturas residenciais para idosos, quatro centros de dia, quatro serviços de apoio domiciliário, creche/jardim-de-infância, com 155 crianças e com uma Unidade de Cuidados Continuados, que surgiu com a reabertura do Hospital, que, até ao 25 de Abril de 1974, era a sua única valência e resposta no concelho na área da Saúde.
“Esta instituição cresceu muito na área social. Passou de 150 para, aproximadamente, 350 funcionários, de um orçamento de três para 10 milhões de euros. É uma instituição que dá resposta, nas diferentes valências, a cerca de 700 utentes. Além disso, retomou o seu principal desígnio: a área da saúde com o seu hospital”, destaca Altamiro Claro, provedor da SCMV há 10 anos.
A área social tem sido, até ao momento, o suporte da instituição, tendo como objetivo responder transversalmente às necessidades dos seus utentes e, para isso, “durante estes anos, construímos, recuperámos e aumentámos os nossos equipamentos sociais. Agora, estamos com a última grande intervenção. A estrutura residencial de São José, a mais antiga, que acolhe 75 utentes e está a ser alvo de requalificação, num investimento de mais de um milhão de euros”, refere o mesmo responsável.
“DEVER CUMPRIDO”
Sobre a reabertura do Hospital, valência que esteve na origem da criação da Misericórdia de Valpaços, Altamiro Claro diz ser “um dever cumprido”, não só perante os valpacenses, mas perante a região.
“Desde que assumi funções, referi que um dos grandes objetivos seria reabrir o Hospital”, conta, acrescentando que, para além de uma resposta mais célere na prestação de cuidados de saúde, “a abertura desta estrutura era fundamental para colocar em prática medidas concretas na luta contra o fenómeno da desertificação do interior e, em particular, do concelho”, uma vez que originou a fixação de pessoas, especialmente de quadros qualificados, através do recrutamento de médicos, enfermeiros, técnicos e outros colaboradores especializados, que regressaram do estrangeiro e do litoral do país.
O reconhecimento da necessidade e da importância estratégica deu, então, origem em 10 de dezembro de 2016, à assinatura do memorando de entendimento entre a SCMV, a Câmara Municipal e ARS-Norte, com a homologação do então secretário de Estado da Saúde, e que após um investimento superior a cinco milhões de euros em construção e equipamentos, culminou com a reabertura desta unidade hospitalar.
“CONSULTA A TEMPO E HORAS”
O Hospital da Misericórdia de Valpaços (HMV) dispõe das mais diversificadas especialidades clínicas, acordos com a ADSE, SAD/PSP, SAD/GNR, IASFA e muitas outras convenções que possibilitam a prestação de um serviço qualificado, abrangente e acessível a todos os utentes.
Dos vários programas, Altamiro Claro destaca o Consulta a Tempo e Horas (CTH), “que permite aos médicos de família dos Agrupamentos de Centros de Saúde do Alto Tâmega e Barroso, Nordeste, Douro Norte e Douro Sul, referenciarem os utentes para serem consultados no nosso hospital nas especialidades de oftalmologia, ortopedia, cirurgia geral, cirurgia vascular, otorrinolaringologia, ginecologia e obstetrícia e urologia. Após a consulta, podem, ou não, ser encaminhados para cirurgia, uma intervenção sem qualquer custo para os utentes, fruto do acordo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
O CTH tem permitido “contribuir significativamente para a redução das listas de espera, através de uma resposta rápida, próxima e eficaz, que abrange toda a região”. Este ano, o HMV foi o único do Grupo Misericórdias Saúde “que viu duplicar o valor do acordo a cinco anos com a ARS-Norte, para poder realizar consultas e cirurgias”.
Encontra-se também aberto diariamente o Serviço de Apoio Permanente, a funcionar das 08h00 às 22h00, uma valência de caráter social que “as pessoas têm vindo a procurar cada vez mais, pois os valores praticados, no âmbito das consultas e na realização de exames complementares de diagnóstico, são quase simbólicos”.
Atualmente, está já em fase de conclusão o projeto de ampliação da ala sul do hospital, que permitirá criar um serviço moderno de gastroenterologia, ampliar a Unidade de Cuidados Continuados para 30 camas, com ginásio integrado, criar uma Unidade Autónoma de Recolha de Análises e uma área afeta aos serviços administrativos e arquivo.