Os três cirurgiões afetos à especialidade foram alocados à urgência do Hospital de Bragança para, alegadamente, fazerem “frente” aos constrangimentos na elaboração das escalas, na sequência da recusa da maioria dos médicos às horas extraordinárias além das 150 horas.
As escalas para o mês de dezembro foram conhecidas no final da semana passada e delas não consta qualquer cirurgião para prestar o serviço de urgência em Mirandela, mantendo, assim, o serviço encerrado, mesmo havendo, entretanto, um acordo entre o ministério da Saúde e o Sindicado Independente dos Médicos.
Recorde-se que o fecho desta especialidade foi contestado por centenas de pessoas, há cerca de uma semana, que formaram um cordão humano junto ao hospital. À data, Júlia Rodrigues, presidente da autarquia, afirmou que “as pessoas precisam destes cuidados”, garantindo que “vamos lutar até ao fim para que as urgências se mantenham”.
De referir que, ao longo de todo este tempo, ou seja, desde outubro, a administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste não deu qualquer esclarecimento sobre o assunto.
Assim, e pelo menos até ao final do ano, os doentes que precisem de ser submetidos a uma intervenção cirúrgica urgente, ou que necessitem de ser vistos por um profissional, vão continuar a ser encaminhados para o Hospital de Bragança, a 60 quilómetros de distância de Mirandela.
Do lado da população, e também de alguns profissionais do hospital de Mirandela, aumenta a preocupação, temendo-se que este seja “o princípio do fim” da urgência médico-cirúrgica naquela unidade de saúde, à semelhança do que aconteceu em 2006 com o encerramento da maternidade.