“Cresci num seio cristão, fui acólito na minha aldeia (Quintela) e tive como referência o padre Monsenhor João Ribeiro Parente, que me marcou profundamente”, afirmou, no programa “Contrasenso”.
O pároco recordou a ida para o seminário, primeiro em Vila Real e depois no Porto, admitindo que não foi uma escolha fácil. “Antes de ir para o Porto fiz um ano de pausa, porque achei que precisava de refletir. Acabou por ser uma escolha consciente”, confessou, referindo que “foi preciso ponderar relativamente ao facto de construir ou não família, ser ou não ser pai. A paragem que fiz fez-me perceber que o caminho era ser padre, neste caso pároco, que era a minha ambição”.
Atualmente, Márcio Martins é pároco em Mouçós, Lamares e Justes, no concelho de Vila Real. “É um desafio, sobretudo no verão, em que algumas das festividades colidem, em termos de datas. Mas é desafiante, também, no que diz respeito à proximidade com as pessoas e ao facto de conseguirmos detetar algumas fragilidades sociais, para as quais procuramos soluções”.
Na Diocese, é também o responsável do secretariado da catequese, realçando a “mudança de paradigma”. “A catequese teve que se adaptar aos tempos, em termos de conteúdos e à forma como são transmitidos”, referiu, explicando que, “antigamente, eram os pais e os avós que faziam uma primeira aproximação à igreja. Era com eles que aprendíamos algumas das orações e a fazer o sinal da cruz, por exemplo. Hoje em dia isso não acontece”.
De acordo com o padre Márcio Martins, “o método de catequese tinha 20 e tal anos, o que exigiu uma renovação”. Uma das alterações verificou-se, por exemplo, nos horários da catequese, que “são mais flexíveis”, tendo em conta que “as crianças têm muitas atividades e também para que as famílias se possam adaptar melhor”.
Questionado sobre o facto de as crianças, hoje, serem batizadas cada vez mais tarde, o pároco deixa uma reflexão. “Quando os pais pedem o batismo é por uma questão de fé ou por uma questão social? Se for por uma questão de fé, os pais entendem que aquele é o momento certo”.
Já sobre o novo Papa, Leão XIV, o padre Márcio fala numa pessoa “tímida e reservada”, segundo o que lhe foram dizendo, destacando a escolha do seu nome. “Ele justificou a escolha com o facto de o Leão XIII ter sido o pai da doutrina social da igreja, que é muito importante nos tempos que correm”.