A pouco mais de um mês de se cumprirem 50 anos da revolução dos cravos, Portugal foi a votos, para eleger os 230 deputados da Assembleia da República e, consequentemente, o novo Governo.
Dos mais novos aos mais velhos, foram muitos os que se dirigiram às urnas porque, além de um direito, “votar é um dever de todos”.
Que o diga António Vaz, de 63 anos. Viveu em tempo de ditadura e no domingo lá estava ele a votar em Vila Verde, no concelho de Alijó. Chegou no sábado do Luxemburgo, onde foi visitar a filha, para exercer, mais uma vez, o seu direito.
“Nunca falhei, votei sempre. Temos que fazer a nossa parte”, afirmou, esperando que “haja algumas melhorias”, porque “estamos fartos de ladrões”.
Já Rodrigo Silva, de 18 anos, conhece os tempos de ditadura apenas dos livros de história. Encontrámo-lo em Lordelo, no concelho de Vila Real, onde votou pela primeira vez. Diz ser “um direito de todos e também um dever, porque é importante podermos decidir aquilo que queremos para o nosso país”.
Sobre a escolha, “foi um pouco complicada”, desde logo porque no boletim de voto encontrou 13 opções. “Cada um tem as suas opiniões, mas tive o cuidado de ver as propostas dos vários candidatos e acho que tomei a melhor decisão”, refere.
E voltando a Vila Verde, Cátia Carvalho, de 31 anos, admite ter amigos que “não votam porque dizem que são todos iguais e que não vale a pena perder tempo porque o país vai ficar igual”.
Para esta eleitora, “só continua igual se não votarmos e não mostrarmos o nosso ponto de vista”. Além disso, vinca, “só votando é que temos direito de reclamar do que não está bem”.
VOTO DOS JOVENS
De acordo com uma sondagem da Universidade Católica, os jovens estão mais tentados a votar à direita. Na faixa etária dos 18 aos 34, Aliança Democrática (AD), Chega e Iniciativa Liberal são quem mais votos recebe.
Olhando para a eleições legislativas de 2022, há menos jovens a referir que não iriam votar no dia 10 de março, passando de 6 para 2 por cento. Por outro lado, o número de indecisos aumentou 6%.[/block]