Portugal destaca-se pela negativa neste aspeto e é um dos países europeus (7.º) em que existe uma maior percentagem da população sem capacidade para pagar uma semana de férias fora da sua residência (37% da população com 16 anos ou mais de idade).
Portugal compara principalmente com os países de leste e sul da Europa na incapacidade para usufruir de férias fora da residência, ou seja, com os países de baixo rendimento no contexto europeu. Acima de Portugal, e a liderar esta lista estão a Roménia (63% da sua população não consegue pagar uma semana de férias fora da sua residência), a Grécia (49%) e a Bulgária (44%). Pela positiva, destacam-se o Luxemburgo (8%), a Suécia (10%) e a Finlândia (12%).
Os resultados de vários estudos científicos têm mostrado que as férias oferecem efeitos positivos na saúde mental e física, contribuindo para o bem-estar geral de quem se afasta da agitação e das responsabilidades do trabalho e da rotina diária.
Estes milhões de portugueses que não têm condições para gozar de uma semana de férias fora de casa, trabalham para sobreviver, e sobrevivem para trabalhar, numa espiral de dificuldades financeiras, sem conseguirem poupar, e com pouco tempo e capacidade financeira para momentos de prazer, de descanso e de entretenimento. Isto também é um sinal preocupante do contexto da nossa sociedade e das suas carências económicas, com impactos múltiplos, não só no bem-estar da população, mas até na produtividade.