Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
No menu items!

Alunos do 1º ano – Benedita e Vasco “preparados” para um novo desafio

Setembro é sinónimo de regresso às aulas. O ano letivo já arrancou para mais de 1,2 milhões de crianças e jovens em Portugal e a VTM foi conhecer dois alunos que vão frequentar o 1º ano do ensino obrigatório, uma nova etapa que encaram com o otimismo próprio das crianças de apenas seis anos

-PUB-

Entre a falta de professores ou as greves anunciadas, as famílias estão concentradas em preparar tudo para que o regresso à escola dos seus educandos seja o mais tranquilo possível, num ambiente que se quer sereno para que os alunos se foquem no que realmente importa, aprender, não só a ler e a escrever, mas, sobretudo, o objetivo é formar os homens e as mulheres do amanhã.

O início do ano letivo 2023/2024 é um novo desafio para a Benedita e para o Vasco, duas crianças que abraçam uma nova etapa das suas vidas, a entrada no 1º ano da escola.
Em Agarez, a poucos dias de entrar para o Centro Escolar de Lordelo, em Vila Real, Benedita, de seis anos, está ansiosa pelo início do ano escolar e não esconde a emoção que sente por voltar a uma nova rotina. “Eu quero muito ir para a escola, porque quero aprender a ler, a escrever e a fazer contas”.

Com os livros e o material escolar arrumados no quarto, prontos para colocar na mochila, Benedita conta como foi comprar tudo com a ajuda do avô. “Tenho tudo preparado. Fui às compras com o meu avô e escolhi uma mochila com rodas e com alças, que ainda tem uma lancheira. Na mochila vou levar os livros de português, matemática e estudo do meio. E também uma tesoura com estrelinhas cor de rosa, uma régua que não parte de jeito nenhum, uma cola de tubo, cadernos, uma capa, lápis de cor e de cera, uma caneta que dá luz. Escolhi tudo ao meu gosto”, conta à VTM, entusiasmada com o início do novo ano letivo.

“NÃO GOSTO DE FÉRIAS”

Durante as férias, Benedita brincou muito e foi para as piscinas, coisas que gosta de fazer, mas prefere estar na escola. “Não gosto de férias, foram dois meses e meio, é muito tempo. Estou mortinha por ir para a escola e estar com as minhas amigas, pois tenho saudades delas. As mais pequenas ainda vão continuar no jardim de infância, as outras também vão para o 1º ano, mas nem todas são da minha turma, por isso só as vou ver no recreio”, lamenta, acrescentando que quer rever os amigos (o Gonçalo, a Adriana, o Tiago, a Maria e a Sofia).

Benedita não vê muita televisão, mas ainda vê o canal Disney+, vídeos com meninos que “têm superpoderes” e também vídeos que “me ensinam as rotinas para eu preparar a minha ida para a escola”.

Ainda não conhece a professora, mas já sabe onde se vai sentar quando chegar à sala de aula. “Vou sentar-me atrás, porque gosto mais”, diz convicta.

A mãe, Ilda Figueira, revela que a filha está ansiosa que comece a escola. “Desde o primeiro dia de férias que me pergunta se falta muito para começar a escola, porque ela é muito curiosa e gosta de aprender”.

NOVA ROTINA

A rotina muda, mas a mãe acredita que a filha “rapidamente se adapta à nova realidade”, uma vez que, no último ano, “estava sempre a pedir-nos para fazer contas e fichas. Depois também vê os vídeos educativos e gosta de imitar essas crianças”.

“Há pouco tempo comentou comigo que ainda bem que a melhor amiga não ia ficar na mesma turma, para ela estar mais atenta à professora. Ela diz que se distrai com as amigas, e depois, como gosta de ter afinidade com a professora, fica com a sensação que aprende melhor”, sustentou a mãe.

No futuro, Benedita confessa que gostava de ser médica para tratar das pessoas, mas até lá poderá mudar de ideias. “Desde muito pequena que diz que quer ser médica, talvez por eu trabalhar no hospital. Ela mais tarde decidirá o que quer seguir, já que o mais importante é que ela seja feliz”.

A morar a poucos quilómetros do centro escolar, Benedita entra às 9h00 e sai às 16h00. De manhã vai com o pai e à tarde cabe à mãe a tarefa de a ir buscar, num percurso que lhe permite chegar cedo a casa e aproveitar para estar com o irmão mais novo, que fez recentemente 10 meses.

VASCO

Vasco Ribeiro completou seis anos a 13 de setembro, a dois dias de entrar na nova escola, o Centro Escolar de Lordelo.

Um pouco tímido, confessa à VTM que “está contente” por ir frequentar o 1º ano, mas também um “bocadinho envergonhado” por ir para a nova escola, porque “só conheço três alunos, que andaram comigo em Vila Marim”.

®MF

Frequentou o Jardim de Infância, onde só havia cerca de duas dezenas de alunos, agora a realidade é outra, mas a mãe acredita que se vai adaptar bem. “O facto de já ter cá o irmão mais velho (Tomás) dá-nos tranquilidade, mas há sempre ansiedade para o primeiro dia, em que vai ter de parar de brincar, estar mais tempo sentado e com mais regras”, conta a mãe Ilda Feitais, adiantando que o filho “é agitado”, tem “muita energia”, mas, nos últimos dias, “está ansioso, especialmente para estar com os amigos, ver quem está na sala e quem é a professora”.

Mora perto do centro escolar, por isso facilmente chega à escola. “A pé demora entre 5 a 10 minutos. É rápido. A maior mudança é o número de alunos que a escola tem, já que antes eram 20 crianças agora são 200, mas é uma mudança natural. O maior desafio para ele vai ser nas refeições, porque vai sozinho com o tabuleiro para a mesa, enquanto na escola anterior era só sentar-se e comer”, frisa a progenitora.

Antes do grande dia, que marca a entrada no ensino obrigatório, Vasco foi com a mãe comprar o material escolar que necessita para começar as aulas. “Já tenho tudo o que preciso, como os livros, cadernos, lápis, mochila nova, só me falta os livros de fichas”, que a Câmara de Vila Real vai oferecer.

Apesar de gostar das férias, uma vez que “está sempre ocupado” a brincar, correr ou a ver televisão, Vasco diz que está “pronto” para a nova rotina, numa nova escola, onde terá a ajuda do irmão mais velho para o orientar nos primeiros dias.

GREVE

Em semana marcada pela greve convocada pelo Sindicato de Todos Os Professores (STOP) que termina na sexta-feira, a mãe confessa que, para já, “não é uma preocupação”, uma vez que “pela experiência que tenho do ano passado, a professora aderiu uma vez logo no início e depois nunca mais aderiu. Não sei o que vai acontecer, mas não estou com receio das greves que possam surgir”, confessa.

Quando for grande, Vasco gostava de ser “médico dos bebés” ou então dentista. Até lá quer aprender “a ler, a escrever o abecedário, os números e muitas outras coisas”, conclui a criança, que quando sair a reportagem já conheceu a nova professora e os novos colegas de turma, assim como a Benedita.

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

VÍDEOS

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS