Pedro Teixeira, adjunto de comando, explicou que a “maior dificuldade é mesmo a falta de pessoal. Temos quatro elementos a fazer a escola, mas é insuficiente. Na aldeia há alguns miúdos, com 18, 19, 20 anos, mas não vêm. Estamos a prever tempos difíceis, sobretudo porque somos uma aldeia”, lamenta, adiantando que quem ingressa tem já ligações aos bombeiros. “Ou têm cá um familiar (primo, pai, avô), que os leva a vir, ou então não mostram qualquer interesse”.
Apesar de a equipa ser pequena, o adjunto de comando revela que “somos unidos e tentamos dar o nosso melhor. Claro, há sempre desentendimentos, como em todas as famílias, no entanto, tentamos remar todos para o mesmo lado”.
“Não podemos viver apenas do voluntariado, porque as exigências
são muitas”Pedro Teixeira – Adjunto de comando
Com um quartel já antigo, uma parte doada por um benemérito no meio da aldeia, Pedro Teixeira refere que a corporação tenta dar as “melhores condições” aos operacionais.
Com a crise de voluntários, o adjunto revela que a vida numa corporação “mudou muito”, desde a altura em que o seu avô era voluntário. “Atualmente, não podemos viver apenas do voluntariado, porque as exigências são muitas, é preciso dedicar mais tempo e as pessoas têm de ter um suporte familiar para ser voluntário”, sustenta, acrescentando que o avô trabalhava na vinha e quando tocava a sirene, era o próprio patrão a dizer para eles irem acudir quem necessitasse. Também eram poucas ocorrências por ano e, por isso, o patrão não se importava”.
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