“Queremos juntar pessoas que têm trabalhado no Douro e também as empresas de arqueologia e criar um espaço de debate”, referiu Pedro Pereira, arqueólogo que há vários anos investiga um sítio romano em Vale de Mir, no concelho de Alijó.
Descentralizar o conhecimento foi o objetivo deste congresso, [/block]onde se falou da investigação que se faz no Douro, desde o Porto até Mêda ou Freixo de Numão. “Há muitos vestígios e há muitos sítios ainda por descobrir”, salientou Pedro Pereira.
José Paredes, presidente da autarquia, aproveitou o momento para se referir ao património arqueológico como “um recurso valioso para o desenvolvimento turístico e socioeconómico do concelho de Alijó e da região do Douro”.
“Os sítios arqueológicos constituem lugares de memória e espaços de comunhão com os nossos antepassados. Representam uma janela para o quotidiano das diferentes sociedades e do território ao longo dos séculos”, afirma o autarca, admitindo que “o património arqueológico é uma das muitas riquezas deste concelho e que importa salvaguardar, divulgar e disponibilizar à sociedade”.
Um desses exemplos foi descoberto na freguesia de Pegarinhos. “Desde 2012 que estamos a escavar em Vale de Mir, um sítio até então mal conhecido, mas onde encontrámos o lagar de vinho mais antigo datado nesta região”, que remonta ao final do século I d.C, refere Tony Silvino, da organização, revelando que “queremos divulgar o trabalho que tem sido feito, além de promover uma troca de experiências e saberes”.
Este arqueólogo lamenta, contudo, que os financiamentos para levar a cabo este tipo de estudos sejam escassos. “Vamos tendo o apoio das câmaras e de algumas empresas. Há apoios para isto, mas não os suficientes”.
Questionado sobre o assunto, Miguel Areosa Rodrigues, da Direção Regional de Cultura do Norte, começou por enaltecer o apoio dos municípios, admitindo que “hoje em dia, com os fundos comunitários, estes estudos não deixam de ser feitos. O que é necessário é ter projetos para serem candidatados aos apoios e, nesse sentido, as parcerias são importantes porque falar de património é falar de história”.
Este congresso resultou de uma parceria entre a Câmara de Alijó, o Centro de Investigação Cultura, Espaço e Memória (CITCEM) da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e as organizações francesas EVEHA, GAROM e a Revue des Oenologues.[/block]