Numa cidade que ficou completamente bloqueada pela manifestação, os viticultores fizeram-se ouvir, gritando que o “Douro unido jamais será vencido” e cantaram ainda a música de Zeca Afonso “Grândola Vila Morena”.
À multidão juntou-se o presidente da Câmara de Peso da Régua, José Manuel Gonçalves, e também o presidente da Câmara de S. João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, que quiseram mostrar a sua solidariedade com os viticultores, que enfrentam grandes dificuldades em vender as uvas na próxima vindima que se aproxima a passos largos.
O recente anúncio de mais um corte no benefício foi o mote para o protesto, mas há mais problemas que afetam o Douro como o preço pago pelas uvas, a falta de escoamento das uvas e o aumento dos custos de produção, que triplicaram nos últimos anos.
Recorde-se que o conselho interprofissional do IVDP fixou o benefício nas 90 mil pipas, o que representa um corte de 14 mil pipas na produção de vinho do Porto em relação ao ano de 2023.
No final da manifestação, Vítor Rodrigues, dirigente da CNA, foi recebido pelo presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), e não ficou satisfeito, lembrando que, mais uma vez, o dinheiro “não vai chegar a quem produz”, lamentando que não haja mais controlo às importações e a incorporação de aguardente produzida na região no vinho do Porto ficaram sem resposta.
Gilberto Igrejas, presidente do IVDP, espera que a destilação de crise possa absorver os vinhos excedentes para que os comerciantes possam ir à vindima comprar uvas aos agricultores. “Esperamos é que esta destilação de crise venha a absorver os excedentes da Região Demarcada do Douro por forma a que os comerciantes, ao livrarem-se destes excedentes, possam vir à vindima e possam comprar as uvas aos agricultores”.
Sublinhou ainda que se está a “apertar fortemente com fiscalização no sentido de acautelar que não há entrada de qualquer tipo de vinho ou produto que possa balançar negativamente aquilo que é a expectativa da região”.
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