Sábado, 14 de Setembro de 2024
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Centenas de viticultores em protesto pela catástrofe que poderá assolar o Douro

Centenas de pessoas percorreram hoje as principais ruas de Peso da Régua em defesa da viticultura duriense.

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Numa cidade que ficou completamente bloqueada pela manifestação, os viticultores fizeram-se ouvir, gritando que o “Douro unido jamais será vencido” e cantaram ainda a música de Zeca Afonso “Grândola Vila Morena”.

À multidão juntou-se o presidente da Câmara de Peso da Régua, José Manuel Gonçalves, e também o presidente da Câmara de S. João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, que quiseram mostrar a sua solidariedade com os viticultores, que enfrentam grandes dificuldades em vender as uvas na próxima vindima que se aproxima a passos largos.

O recente anúncio de mais um corte no benefício foi o mote para o protesto, mas há mais problemas que afetam o Douro como o preço pago pelas uvas, a falta de escoamento das uvas e o aumento dos custos de produção, que triplicaram nos últimos anos.

Recorde-se que o conselho interprofissional do IVDP fixou o benefício nas 90 mil pipas, o que representa um corte de 14 mil pipas na produção de vinho do Porto em relação ao ano de 2023.

©MF

No final da manifestação, Vítor Rodrigues, dirigente da CNA, foi recebido pelo presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), e não ficou satisfeito, lembrando que, mais uma vez, o dinheiro “não vai chegar a quem produz”, lamentando que não haja mais controlo às importações e a incorporação de aguardente produzida na região no vinho do Porto ficaram sem resposta.

Gilberto Igrejas, presidente do IVDP, espera que a destilação de crise possa absorver os vinhos excedentes para que os comerciantes possam ir à vindima comprar uvas aos agricultores. “Esperamos é que esta destilação de crise venha a absorver os excedentes da Região Demarcada do Douro por forma a que os comerciantes, ao livrarem-se destes excedentes, possam vir à vindima e possam comprar as uvas aos agricultores”.

Sublinhou ainda que se está a “apertar fortemente com fiscalização no sentido de acautelar que não há entrada de qualquer tipo de vinho ou produto que possa balançar negativamente aquilo que é a expectativa da região”.

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