A inflação disparou no início de 2022, tendo atingido, em setembro, uma taxa de 9,9% na zona euro.
A subida dos preços verifica-se, sobretudo, na energia, matérias-primas e produtos alimentares. Assistimos, por isso, ao rápido crescimento dos custos da produção industrial e agrícola, bem como a uma redução significativa do poder de compra. Tudo isto afeta fortemente quer o tecido produtivo, quer o setor dos serviços e retalho.
Para conter a inflação, os bancos centrais, como o BCE, têm vindo a subir as taxas de juro. Os custos dos empréstimos estão consequentemente a aumentar, retraindo o investimento privado e aumentando os encargos das empresas com as suas dívidas. Isto numa altura em que o tecido empresarial português se encontra muito endividado e descapitalizado.
A inflação é, por todas estas razões, o principal desafio dos jovens empresários para 2023. O agravamento da estrutura de custos traz consigo a perda de competitividade das empresas e um maior risco de insustentabilidade financeira, sendo provável que, no próximo ano, haja um acréscimo das falências e do desemprego.
Num tecido empresarial onde predominam os pequenos negócios, as empresas trabalham, em muitos casos, com margens de lucro estreitas e por isso não podem repercutir no consumidor/cliente o aumento continuado dos custos. Acresce que as nossas empresas ainda estão atrasadas na transição digital e energética, não conseguindo compensar por via da eficiência o crescimento dos encargos.
Em suma, o próximo ano vai exigir às empresas maior resiliência, eficiência e disciplina. Importa, pois, acelerar a transição digital e energética, de forma a melhorar o controlo das despesas, a otimizar os custos e a aumentar a eficiência interna.