Com as barracas e tendas da Feira dos Santos a estenderem-se por algumas das ruas do centro histórico, o comércio local é também afetado positivamente pelo alvoroço gerado nos quatro dias que dura o certame. Há quem esteja à espera de aumentar as vendas, se bem que também há comerciantes que dizem que o impacto já foi maior noutros tempos.
Para Jéssica Alves, que trabalha numa loja de calçado na rua de Santo António, “as expetativas são boas” para este evento, que este ano até é mais alargado. Visto que a circulação de pessoas aumenta, muitos acabam por entrar nas lojas “nem que seja para ver”. “Alguns até podem ficar interessados e podem regressar mais tarde”, o que também é uma maneira boa de promover o negócio”, considera. Na loja, houve mesmo reforço do stock, para este período, à espera de muitos visitantes interessados. “É sempre a maior feira de rua do país, dura vários dias, temos que aproveitar”, afirma, tendo em conta o período de crise que se vive. Acredita que o efeito dessas dificuldades não se notará tanto neste período de festa. “As pessoas no mês de outubro não gastam tanto para poupar para os Santos, seja nas diversões ou para comprar alguma coisa na feira, e quando não encontram o que procuram vêm até nós. Por isso, temos grandes expetativas”, sublinha.
“Tenho alguma expectativa, traz mais gente e há possibilidade de se fazer mais negócio”
RAMIRO CARVALHO, Restauração
Para Ramiro Carvalho, que tem um restaurante na rua Direita, as esperanças de fazer bom negócio são altas na primeira feira dos Santos que vai fazer desde que abriu ali o estabelecimento. “Tenho alguma expetativa, traz mais gente e há possibilidade de se fazer mais negócio”. Esteve fora nos últimos anos, mas recorda-se de fazer a Feira dos Santos quando era mais jovem. “Conhecia antigamente, na era moderna não sei como será”. Não pensa preparar nenhum menu especial para os quatro dias de feira, pois diz que todos os dias “são especiais no restaurante” e acredita que os grelhados e especialidades regionais portuguesas serão um bom atrativo para os visitantes que passarem por ali. “É apelativo para toda a gente”, afirma.
BOM TEMPO É DETERMINANTE
No caso de José Reis, que tem uma loja de roupa, o sucesso do evento vai depender do bom tempo, até por se tratar de uma feira de rua. “Se o tempo ajudar, acho que vai ter muita gente, e as pessoas dispersam-se mais pela cidade”, sublinhando que dessa forma o efeito no comércio local mais positivo. “Temos de ser nós a atrair clientes”, nomeadamente através das plataformas digitais. Este comerciante refere que “são mais as pessoas de fora” que acabam por realizar as suas compras também no comércio local, aproveitando a passagem por Chaves.
“Se o tempo ajudar, acho que vai ter muita gente e as pessoas dispersam-se mais pela cidade”
JOSÉ REIS, Lojista
O feriado de 1 de novembro é sempre o melhor dia da feira, segundo a comerciante Liliana Moreira. “O dia de Todos os Santos é muito movimentado, as pessoas, por vezes, não encontram as peças que necessitam na feira e na ida ou na chegada fazem as compras no comércio local”. Com uma loja aberta há sete anos no centro, nota que os habitantes de Chaves se inclinam mais para as tendas da Feira dos Santos nesses dias, mas quem vem de fora aproveita para dar um salto às lojas, para fazer as suas compras.
“O feriado é o dia mais movimentado. As pessoas, por vezes, não encontram as peças que necessitam e compram no comércio local”
LILIANA MOREIRA, Lojista
Cristina Paradela tem quatro lojas na cidade, sendo três delas no centro. Acredita que a maioria dos visitantes vem para ver os produtos da feira, mas admite que “alguns vão entrando e comprando”, sendo que tem notado uma diminuição do impacto da feira nos últimos anos nas suas lojas. “Há uma grande perda de poder de compra e não sendo a nossa área bens de primeira necessidade, se calhar priorizam outros bens mais baratos”. Ainda assim, nesta época, é habitual fazerem campanhas especiais para tentar atrair clientes. “É daí que ainda se vai vendendo alguma coisa”, destacou.
Serão quatro dias muito movimentados por toda a cidade, em particular no centro, esperando-se que os visitantes não apertem o cinto e consigam dar um contributo importante para o comércio de rua em Chaves.