Sem direção desde janeiro, após uma “demissão em bloco” fruto de uma divergência interna, e depois de “duas tentativas frustradas” de levar a bom porto um ato eleitoral, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários (AHBV) de Salto reuniu os seus sócios em Assembleia Magna, ontem à noite, para analisar a atual situação da instituição e para eleger uma Comissão Administrativa.
Segundo Orlando Alves, presidente da Mesa da Assembleia Geral, “a turbulência e instabilidade” da situação “degradaram a imagem da casa, da instituição. Entendemos não ser, de todo, sensato avançar para outro ato eleitoral, sobretudo por respeito ao corpo de Bombeiros que não recebe o merecido salário há já dois meses”.
Por conseguinte, “entendemos ser melhor eleger ou nomear, temporariamente, uma Comissão Administrativa que irá fazer a gestão corrente dos assuntos prementes desta casa. Neste momento, é necessário haver frieza de espírito e muita consciência”, frisou.
Após meia hora dedicada a intervenções dos associados, período em que ficou clara a vontade “de regressar a uma estabilidade”, a Mesa fez um intervalo de 10 minutos para a apresentação de listas a sufrágio nessa mesma sessão.
Foi apresentada uma única lista, encabeçada por Alberto Martins Fernandes, que, num discurso breve, explicou que a sua candidatura se deve “ao amor” que tem “a Salto e aos Bombeiros. Será uma missão ingrata, mas tem de ser feita”. Segundo o próprio, “a intenção é pacificar, resolver e por a máquina a funcionar. Chegou a hora de dar o meu contributo”.
Após o devido sufrágio, a lista apresentada foi eleita com 29 votos a favor, três votos contra e dois votos em branco. De seguida, Orlando Alves empossou a lista “para que na próxima segunda-feira (14) já possa começar a tratar de tudo”, justificou.
O presidente da Mesa da Assembleia aproveitou para “agradecer o trabalho notável feito pela direção cessante ao longo dos últimos seis anos” e deixou claro que “saímos todos conscientes do imenso trabalho que alguém tem de fazer aqui dentro”.
De referir, ainda, que no decorrer da sessão o presidente da Mesa da Assembleia recebeu uma carta de demissão do comandante em funções, Hernâni Carvalho. Porém, reiterou que não a irá aceitar, “até porque não é a mim que a tem de apresentar mas, sim, a uma direção que não existe. Mas toda a gente tem direito a dizer que já chega, que já está farto”, rematou.
A Comissão Administrativa eleita e empossada é constituída por três elementos, Alberto Martins Fernandes, António Luís Vinhais de Magalhães e Manuel António Fernandes, que se propuseram gerir a Associação Humanitária “até à tomada de posse dos novos órgãos sociais” que se acredita ser possível “dentro de dois a três meses”.