O conselho interprofissional do IVDP, que tem sede no Peso da Régua, reuniu-se hoje, mas não aprovou o comunicado que define a quantidade de vinho do Porto que irá resultar da próxima vindima, pois os vice-presidentes deste órgão aguardam uma resposta do Governo, explicou o presidente do IVDP, Gilberto Igrejas.
“Como estão a aguardar, apenas pretendem manifestar-se quando tiverem essa resposta. Depois, poderemos dar continuidade à reunião e finalizar a decisão [do benefício para esta vindima]”, realçou, referindo que a próxima reunião será sexta-feira, às 09:00.
Os vice-presidentes do interprofissional propõem uma nova reserva quantitativa, à semelhança do que aconteceu no ano passado, “mas que atinja metade do valor, ou seja 2,5 milhões de euros (cinco mil pipas de 550 litros cada)”, acrescentou Gilberto Igrejas.
António Saraiva, vice-presidente do interprofissional e responsável pela Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), adiantou à Lusa que, a pedido da produção, pretende-se criar uma reserva quantitativa, mas num valor que não ponha em causa o equilíbrio do setor.
“Defendemos isso junto do secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural, fizemos uma carta a referir que a reserva quantitativa ia ser financiada, como foi o ano passado, através do saldo do IVDP e pedimos ao secretário de Estado uma resposta a tempo deste conselho. A resposta, positiva ou negativa, não chegou, e como não chegou tivemos um conselho que ficou esvaziado, porque estamos a aguardar que o Governo nos diga se está ou não disposto a ajudar o viticultor no apoio a esta medida”, sublinhou.
António Saraiva frisou também que é importante “o Governo dar o ‘ok’” e que por parte das empresas há disponibilidade para “fazer o esforço de comprar mais aguardente e fazer mais vinho”.
“Precisamos de uma resposta até à próxima sexta-feira que é o ‘deadline’ para definir o quantitativo e era muito importante que o número final fosse superior ao do ano passado”, esclareceu.