Para assinalar a efeméride, Hélder Afonso, diretor da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos (ONPC), da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), alertou para a “marginalização” destas comunidades.
“Este dia, em Portugal, pode servir para reverter esta situação de afastamento e desconhecimento, celebrando com as comunidades ciganas as suas tradições e alertando para as suas dificuldades no acesso a diversos serviços públicos, o que as torna mais vulneráveis à exclusão social”.
O mesmo responsável lembra que a população cigana, desde a chegada a Portugal, “enfrenta, em alguns locais, uma realidade de marginalização”, especialmente no acesso à educação, saúde e habitação, e, “muitas vezes”, essa marginalização é alimentada pela “falta de conhecimento sobre a cultura cigana, as suas particularidades e seu modo de vida”.
“A educação, a habitação e a saúde são pilares fundamentais na erradicação de preconceitos, racismo e xenofobia. Queremos promover uma convivência saudável onde diferentes culturas e tradições possam coexistir em diálogo e integração, sem isolamento ou desrespeito pelos direitos e dignidade de cada um”, afirma.
Hélder Afonso deseja que a Igreja Católica se proponha a “caminhar para a comunhão com as populações ciganas portuguesas” e que estas comunidades “colaborem na superação da distância”.
“Que as crianças e os jovens ciganos possam ser um precioso tesouro, capazes de despertar consciências e construir pontes nas periferias humanas, seguindo o exemplo do Beato Zeferino Giménez Malla, cigano de virtudes cristãs, humildade, honestidade e devoção a Nossa Senhora, sendo um modelo a seguir”, frisa.