O falecimento de um homem, de 58 anos, ocorrido na madrugada de Terça-Feira, no Serviço de Urgência do Hospital de D. Luís, em Peso da Régua, poderá ter contornos de negligência. Após sentir-se mal, em sua casa, situada no lugar da Fronteira, na freguesia de Fontes, Jorge Pinto foi transportado, numa ambulância dos Bombeiros Voluntários de Fontes, para o Hospital da Régua. Aqui, nas urgências, fazendo fé nas declarações da sua viúva, Angelina Pinto, “o médico espanhol que estava de serviço demorou mais de vinte minutos a aparecer junto do meu marido”, facto que levantou forte contestação dos familiares de Jorge Pinto.
“ Se o médico tivesse aparecido mais cedo, o meu homem não morria!” – é a convicção da viúva que acrescenta: “Quando chegámos ao hospital, o meu marido ainda estava vivo. Apareceu uma enfermeira que lhe mediu a tensão arterial e, depois, esperou que viesse o médico. Só que, quando este chegou, o meu marido já estava morto!”.
O descontentamento da família assenta no facto de o médico, em serviço na Urgência, na altura da chegada de Jorge Pinto, estar “a dormir”, na versão de Angelina Pinto, de 49 anos, o que, no seu entender, “fez com que o mesmo não aparecesse, de imediato”.
A hipótese de interpor uma queixa, em Tribunal, contra o Hospital da Régua, está, por agora, posta de parte, pela família do doente.
O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes é cauteloso a tirar conclusões e, para já, pondera “conversar com a família, para avaliar o assunto. Se chegarmos à conclusão de que há matéria, avançaremos com um processo de averiguações”.
Jorge Pinto estava aposentado, há cinco anos, mas, quando tinha forças, lá ia à vinha, fazer alguns trabalhos. Padecia de doença cardio-respiratória e já tinha tido dois ataques cardíacos. Também, por várias vezes, já tinha sido observado, no Centro Hospitalar de Vila Real/Peso da Régua (agora designado por Centro Hospitalar de Trás-os-Montes) .
Jmcardoso