“Tentamos motivar os poucos jovens que aqui há, mas o próprio Estado não facilita. Eu digo que hoje, para se ser bombeiro, é preciso ir para a universidade”, ironiza Carlos Fernandes, presidente da direção, referindo que “a burocracia é tanta que as pessoas acabam por desistir”. Defende “cursos mais céleres” e, para isso, “o Estado devia ser mais colaborante”.
O comandante, António Roios, diz até que “em Izeda há um polo para incêndios urbanos que gostávamos de utilizar mais, mas não nos dão a formação pretendida. A escola nacional de bombeiros não financia a formação da forma que devia”.
Ainda sobre a falta de recursos humanos, o comandante confessa que “a disponibilidade também é um entrave. Não é um trabalho de oito horas, têm que estar disponíveis 24 sobre 24 horas. Se os bombeiros falham, falha o socorro e o serviço à população”.
“Hoje, para se ser bombeiro, é preciso ir para a universidade. Os cursos têm de ser mais céleres”
Carlos Fernandes – Presidente
“Depois há a questão financeira e aí a pressão da comunicação social ajudou a que o Governo fizesse algumas cedências. Neste momento, estão a ser muito cumpridores”, salienta Carlos Fernandes, adiantando que “vai valendo, também, o apoio da câmara municipal, que tem sido muito sensível à nossa causa”.
Apesar das dificuldades, “a população reconhece que os bombeiros fazem um trabalho acima da média. Os poucos que temos, fazem um trabalho muito bom”, indica o comandante.
Entretanto, ter uma garagem para as viaturas era um desejo da Associação, não só para proteger as viaturas, mas porque “há uns dias iam sair com um carro de incêndio e não tinha gasóleo, tinham-no roubado. E o mesmo já aconteceu com baterias das viaturas. Até as escovas do para-brisas roubam”, conta o presidente, acrescentando que “a garagem já é uma realidade. Nasceu de um antigo lagar de azeite, que foi recuperado pela câmara para o efeito. Só falta a inauguração”.
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