Depois de dois anos sem se realizar, hoje, durante todo o dia, a vila de Lordelo recebe milhares de pessoas para assistir ao concurso, que mobiliza os produtos com os seus melhores exemplares.
Embora ainda se realizem os negócios de compra e venda de animais, o que atrai mais pessoas é mesmo o concurso de raça maronesa, que vai na 28ª edição.
Os prémios variam de valor, onde se destacam as vacas maronesas reprodutoras, que podem levar para casa um prémio de 350 euros, que equivale ao primeiro lugar nas diferentes categorias.
A iniciativa visa “divulgar e promover a maronesa”, chamando ao mesmo tempo a atenção para uma atividade que está a atravessar “graves dificuldades”, como constatou a VTM no local esta manhã.
Os produtores queixam-se do “aumento brutal” dos combustíveis e os cereais, que estão a sufocar a produção. “Apesar de o preço da carne ter aumentado um pouco, não compensa os aumentos que se verificam”, revela Serafim Pipa, produtor há cerca de 40 anos, que veio de Parada de Aguiar, no concelho de Vila Pouca de Aguiar.
Fátima Lameirão, de Mouçós, produz alguns exemplares de maronês, por gosto, uma vez que tem outra profissão, tal como o marido. “Gostamos muito de criar animais, mas isto está cada vez mais difícil, com tudo a aumentar. Tínhamos seis cabeças de gado, mas já vendemos dois exemplares. Há um acréscimo enorme no preço da farinha, depois a seca não há comida para dar aos animais. Vamos aguentando, mas não sei até quando”, confessa.
Depois da Feira de Gado, as festas da cidade continuam. Esta noite sobe ao palco Miguel Araújo, seguindo o fogo de artificio, marcado para a meia-noite.