“Que a UTAD me homenageie desta maneira é uma enorme honra, até porque eu nasci nesta região”, revela Graça Morais, sublinhando que tem “um enorme amor ao meu país, mas em especial a estas terras que eu conheço e que lutam sempre com imensas dificuldades, a vários níveis”.
Disse ainda que sento que “é importante, mas mesmo muito importante que uma universidade atribua um Honoris Causa a uma mulher e a uma artista, porque não é muito comum as universidades fazerem-no”.
Além do reconhecimento da sua obra, a atribuição deste grau académico por parte da UTAD é “uma forma de mostrar às outras mulheres que vale a pena trabalhar bastante, aproveitar todos os talentos e, sobretudo, acreditarem nelas”. “Há momentos de dúvidas (e há muitos), mas quando temos pessoas de muita qualidade a acreditarem no nosso trabalho e no nosso carácter dá-nos força para lutar contra todas as dificuldades”, acrescenta.
O Honoris Causa não podia deixar a pintora “mais agradecida”. “Acho que é a minha melhor prenda receber este título da UTAD, uma universidade com um campus maravilhoso e com uma enorme diversidade de conhecimento. Com a UTAD a reconhecer que a minha obra tem importância a este nível, eu não posso pedir mais da vida. Estou muito feliz, porque com a idade que tenho este reconhecimento é muito especial, é o reconhecimento pelo meu trabalho, mas também pela minha atitude como mulher e como artista”, conclui.
Graça Morais, uma das grandes referências na história da arte contemporânea europeia, será a segunda mulher a ser distinguida com o Doutoramento Honoris Causa da UTAD. Em 2018, este título foi atribuído à escritora Agustina Bessa-Luís.