A Iberdrola obteve a aprovação ambiental final do Governo para a construção do maior parque eólico do país.
Em comunicado, a empresa revela que “dá mais um passo na expansão em território nacional, impulsionando a transição para um modelo económico baseado na descarbonização através das energias renováveis e na independência face aos combustíveis fósseis, o que permitirá fornecer uma maior segurança e autonomia energética com uma produção limpa e de proximidade”.
Acrescentou que o novo parque eólico “terá uma potência de 274 MW, o equivalente ao consumo de 128 mil habitações, e será construído nos distritos de Braga e Vila Real. Concebido para aproveitar o ponto de injeção na rede elétrica já construído no Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), este é o maior projeto de hibridização do país, sendo o primeiro a combinar energia eólica e hídrica”.
“A empresa obteve o segundo e último parecer ambiental favorável para o projeto dos parques Eólicos Tâmega Norte e Tâmega Sul. Trata-se da denominada DCAPE (Decisão de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução)”, sustenta a mesma nota à imprensa.
Este passo implica a aprovação pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ao projeto de construção, cumprindo todas as condições e medidas incluídas na Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, recebida em março de 2023 pela Iberdrola.
Desta forma, a energética continua com o processo de instalação, sendo que o próximo passo consiste na solicitação da licença de produção à Direção-Geral de Energia e Geologia de Portugal (DGEG). O objetivo da Iberdrola é obter todas as autorizações e começar as obras no início de 2025.
“TECNOLOGIA DE PONTA”
A incorporação de energia eólica no Sistema Eletroprodutor do Tâmega “aumenta a sua contribuição de energia limpa, acessível e competitiva para o sistema elétrico, garantindo o fornecimento da quantidade máxima de energia verde autorizada, originalmente, para cada projeto, durante o maior tempo possível”, acrescenta a Iberdrola.
Ao contar com duas tecnologias que funcionam em alternância, reduz-se significativamente a dependência da variação das condições ambientais e das limitações pela possível falta de recursos como o vento, facilitando uma produção renovável mais estável e permitindo otimizar a infraestrutura elétrica de transporte.
As centrais de geração híbrida utilizam o mesmo ponto de conexão à rede e partilham infraestruturas, como a subestação que, neste caso, requererá a construção de uma ampliação, já prevista no projeto inicial, e a linha de evacuação da eletricidade produzida.
Além disso, localizam-se em terrenos já destinados à geração renovável e contam com caminhos e instalações comuns para a operação de ambas as tecnologias. Tudo isso resulta num impacto ambiental consideravelmente menor quando comparado com o impacto que teriam duas centrais independentes.
AMBIENTE
A Iberdrola revela que “implementará, também, diversas medidas ambientais nos ecossistemas dentro da área dos parques eólicos. Dada a proximidade de ambos os projetos, será dada continuidade a algumas das medidas já executadas com sucesso no Sistema Eletroprodutor do Tâmega, como a plantação de espécies autóctones e ações relativas à gestão florestal das florestas circundantes”.
Terão, ainda, continuidade, medidas que favorecem a fauna, como “plantações de pastos, plantação de espécies com frutos carnudos, execução e recuperação de charcas ou instalação de caixas-ninho para morcegos”, exemplificou.
Além do acompanhamento biológico e arqueológico durante a sua construção, “serão implementados Programas de Monitorização de Sistemas Ecológicos (avifauna, morcegos, lobo, flora e habitats) como medidas de controlo sobre os possíveis impactos e de definição de novas medidas mitigadoras”, conclui a nota da empresa espanhola.