A Câmara de Vila Real anunciou hoje que vai conceder a medalha de mérito municipal – grau ouro – ao ACES Douro I – Marão e Douro Norte, depois de já ter anunciado a atribuição da mesma distinção ao vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, que lidera a ‘task force’ para o plano de vacinação contra a covid-19.
“Nós vivemos uma época única na nossa história. A nível nacional e a nível local, quer o vice-almirante, quer o ACES representam todos os homens e todas as mulheres que estiveram à altura desta circunstância excecional”, afirmou à agência Lusa o presidente do município, Rui Santos.
A medalha de ouro representa, segundo o autarca, o “reconhecimento que o concelho deve ao ACES Marão – Douro Norte, aos seus dirigentes administrativos e clínicos e a todas e todos os seus colaboradores, pelo trabalho desenvolvido no combate à pandemia de covid-19 e pelas vidas salvas”.
O agrupamento conta com 480 profissionais e agrega os municípios de Alijó, Mesão Frio, Murça, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião e Vila Real.
As distinções devem ser entregues a 20 de julho, dia em que se assinala a elevação de Vila Real a cidade.
“É um justo reconhecimento para o esforço que os nossos profissionais continuam a fazer. Estão desde março de 2020 numa luta constante, com trabalho acrescido, com férias e folgas em atraso, a fazerem horas extraordinárias em números consideráveis e sempre com uma dedicação plena à causa e disponibilidade total”, salientou Gabriel Martins, diretor do ACES.
É também, acrescentou, uma “motivação adicional” para continuar o trabalho.
O ACES Marão e Douro Norte assumiu a operação logística do plano de vacinação regional e é, neste momento, o quarto agrupamento da região Norte com maior cobertura vacinal.
Este foi, inclusive, o “primeiro” ACES do país a ter preparado um “centro de vacinação em massa”, instalado no Regia Douro Park (Vila Real) desde dezembro.
Nos quatro centros de vacinação contra a covid-19, instalados no Regia Vila Real, Alijó, Murça e Régua, foram vacinadas, até ao momento, 68.000 pessoas, um número que corresponde a 49% do total de utentes inscritos neste território.
Destas 68.000 pessoas, 39.500 fizeram a primeira dose e 28.500 já têm as duas doses administradas.
Os quatro centros funcionam com o apoio dos respetivos municípios.
Segundo o responsável, está praticamente concluído o processo de vacinação nos utentes com mais de 70 anos e estão, agora, a ser administradas as vacinas à faixa etária entre os 40 e os 60 anos.
Com o autoagendamento e a redução das faixas etárias, Gabriel Martins considera que o processo será cada vez mais célere.
Mas, para além da vacinação, o responsável apontou também todo o outro trabalho desenvolvido no combate à pandemia, nomeadamente através das três áreas dedicadas às doenças respiratórias (Régua, Alijó e Vila Real), onde são feitos os atendimentos aos doentes suspeitos.
“Continuamos a testar, quer nestas áreas dedicadas à doença respiratória, quer na comunidade, através das nossas unidades de cuidados na comunidade, e continuamos a ter a equipa de Saúde Pública a fazer um trabalho excelente naquilo que é a contenção das cadeias de transmissão”, sublinhou.
E exemplificou com o surto recente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em que se passou de 42 casos ativos para 21.
“Ou seja, tivemos a capacidade de conter este surto antes que ele alastrasse na comunidade e, neste momento, ele está completamente controlado”, referiu.
Também o ‘call-center’ criado para acompanhamento de utentes suspeitos e positivos continua a funcionar e prossegue o apoio à testagem e vacinação nas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).
Todas estas equipas em conjunto, segundo Gabriel Martins, “continuam a trabalhar” e a “fazer toda a diferença no êxito da estratégia”.
Na área do ACES havia, na terça-feira, 31 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, designadamente 27 em Vila Real, dois em Sabrosa e dois e Santa Marta de Penaguião. Desde o início da pandemia foram contabilizados cerca de 7.500 casos nestes sete municípios.