“É um crime que se está a fazer à sociedade portuguesa, uma afronta ao interesse dos jovens e das famílias mais carenciadas, da classe média, é não querer olhar e verificar aquilo que estamos a ver”, disse Luís Montenegro aos jornalistas, esta segunda-feira (21), em Bragança.
Para o líder do PSD, este diploma “não vai produzir resultados” e “a insistência e a teimosia” do PS em manter “com arrogância” o diploma depois de ser vetado pelo Presidente da República é “um crime que se está a fazer à sociedade portuguesa”.
Montenegro disse que gostaria muito que o primeiro-ministro aparecesse “com um rasgo de lucidez” para dizer o contrário do que afirmou o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, de que a bancada socialista, que dispõe da maioria absoluta dos deputados, vai confirmar o diploma sobre a habitação vetado pelo Presidente da República.
Para Luís Montenegro, esta confirmação do diploma “é uma asneira monumental” e demonstra que “este Governo não serve para Portugal”, porque está a governar contra aquilo que são as necessidades dos portugueses.
Luís Montenegro assegurou ainda que se for primeiro-ministro, este diploma será revogado “para dar caminho nas próximas duas décadas a uma reforma no mercado da habitação”.
O argumento da urgência na resposta à crise neste setor usado pelo PS “se não fosse uma tragédia para os portugueses, era uma anedota”, disse Montenegro, questionando “o que estiveram a fazer nestes últimos oito anos” no Governo “para agora dizer que é uma urgência de um dia para o outro”, mas reafirmando que o PSD está disponível para colaborar num novo diploma.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recorreu segunda-feira ao veto político pela 28.ª vez e devolveu à Assembleia da República o pacote da habitação fazendo um “sereno juízo analítico negativo”.
O decreto que reúne as principais alterações à legislação sobre a habitação tinha sido aprovado pelo parlamento em 19 de julho apenas com o voto favorável do PS e sob críticas da oposição ao pacote legislativo que introduzia mudanças ao nível do arrendamento, dos licenciamentos ou do alojamento local.
Luís Montenegro está desde segunda, e até hoje, no distrito de Bragança no âmbito do programa “Sentir Portugal”, tendo passado também por Vinhais, Vimioso e Macedo de Cavaleiros.