“É lamentável numa das principais regiões do país em termos de enoturismo não termos a oferta turística organizada”, defendeu José Arruda, secretário-geral da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), sobre a inatividade da Rota de Vinho do Porto, sediada no Peso da Régua.
O mesmo responsável falava à margem de uma reunião realizada em Santa Marta de Penaguião, no dia 22, e onde foram apresentados os projetos de 2015 da AMPV e da Associação das Rotas do Vinho do Portugal (ARVP), uma organização que nasceu em maio do ano passado.
Criada em 1996, a Rota do Vinho do Porto tem estado inativa nos últimos anos devido a questões financeiras ligadas a projetos europeus que não chegaram a ser concluídos, havendo atualmente ainda várias dívidas a saldar.
“Infelizmente, no Douro, a Rota não está a funcionar, nem faz parte ainda desta associação. Temos vindo a pedir a participação dos municípios no sentido de se arranjar uma solução para pôr a Rota a trabalhar novamente”, explicou José Arruda.
O secretário-geral da AMPV explicou que a criação da nova associação que une as Rotas do Vinho Portuguesas visa incrementar a promoção do enoturismo e a das regiões produtoras de vinho. “O que se entende em termos de uma rota é um trabalho em parceria, em rede, para promover os hotéis, os restaurantes, os museus. O que queremos dar é uma oferta variada aos turistas que procuram conhecer as regiões através do tema do vinho”, sublinhou.
A ARVP já tem vários projetos em curso, nomeadamente nas áreas da formação e promoção, tendo-se “socorrido” dos municípios para garantir que a região duriense não fique penalizada pela inatividade da sua Rota.
A associação está representada na Feira Internacional de Turismo de Madrid, que começou ontem e prolonga-se até ao dia 1 de fevereiro, estando prevista ainda a participação na Bolsa de Turismo de Lisboa, que se realizará entre os dias 25 de fevereiro e 1 de março.
No que diz respeito à Associação de Municípios Portugueses do Vinho, José Arruda adiantou que, no que se refere ao programa de atividades para este ano, uma das novidades vai para a realização pela primeira vez do Concurso Internacional de Vinhos “La Selezione del Sindaco”, que em português significa “A Escolha do Presidente de Câmara”.
Classificado como um evento “muito importante”, o concurso está já agendado para os dias 29, 30 e 31 de maio, em Oeiras, e vai contar no seu painel de júris com cerca de 80 especialistas de todo o mundo, sendo de sublinhar que “só é possível a participação dos produtores das áreas dos municípios que estiverem inscritos”.
Paralelamente ao evento serão realizados outros três concursos, nomeadamente a eleição da melhor paisagem, da melhor adega e do melhor rótulo.
Além da aposta do concurso internacional e na promoção das Rotas de Vinho, a AMPV vai ainda concretizar outros projetos, nomeadamente mais uma edição da eleição da “Rainha das Vindimas” e o concurso para escolher a Cidade Europeia do Vinho 2016. “Este ano a cidade europeia do vinho é Reguengos de Monsaraz, no próximo voltamos a ter uma cidade portuguesa. Estamos já a divulgar no sentido dos municípios apresentarem as suas candidaturas”, referiu José Arruda.