De acordo com a Lusa, a exposição do escultor apresenta “inéditos do artista” e contrapõe-se à “arte milenária”. Uma mostra do artista, “Cavalo Inacabado” pesa mais de três toneladas, sendo “rodeado de desenhos em papel, de guerreiros em granito negro e do nu feminino”.
Segundo a curadora Ana Cristina Pais, trazer as gravuras sobre pedra foi uma ideia entusiasmante para João Cutileiro, já que este era fascinado pela produção artística do Vale do Côa. “João Cutileiro admirava a modernidade, a força e a energia telúrica dos artistas do Côa e a forma como, intencionalmente, riscaram a vida nas pedras”, salientou.
“Trata-se, assim, para além de uma exposição de escultura e desenho, de um momento particularmente emotivo para as equipas envolvidas na sua produção, que assume o sentido de homenagem ao escultor [João Cutileiro] e ao historiador [Bruno Navarro] que lhe deram origem”, explicou à Lusa a curadora. É o primeiro projeto inteiramente desenvolvido pelo Centro de Arte João Cutileiro, de Évora.
Aida Carvalho, atual presidente da Fundação Côa Parque, lembrou que esta exposição tem tudo a ver com o território do Côa, dado que a matéria-prima preferida do mestre João Cutileiro era a pedra. “[E]sta exposição vai trazer uma vontade de continuar a projetar o Côa”, afirmou.
Ao todo, a exposição comporta 64 peças, algumas nunca vistas pelo público, nas quais são utilizadas várias técnicas.
A exposição é o último projeto do escultor e surgiu de um convite do antigo presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro, que também faleceu (subitamente) em janeiro. Originalmente marcada para novembro de 2020, foi adiada devido à pandemia.
A estreia está marcada para dia 18 de abril, próximo domingo, de modo a assinalar o Dia Internacional do Monumentos e Sítios. Poderá ser visitada até dia 26 de setembro deste ano.