Rui Santos, presidente da Federação Distrital de Vila Real do PS, defendeu, no dia 23, em Santa Marta de Penaguião, que não irá “deixar cair a luta pela criação da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro”.
Falando durante o Congresso Distrital de Vila Real do PS, cuja sessão de encerramento foi presidida por José Sócrates, Secretário-Geral do partido, o recém-eleito presidente da federação vila-realense defendeu que a distrital tem “um pensamento consolidado: que durante a presente legislatura se debata a institucionalização em concreto das Regiões”.
“Pensaremos e analisaremos as coisas no tempo certo, mas não aceitamos que os pseudo-reis ou vice-reis do Norte queiram a região para fazer baixar a sua média, para catapultar investimento para as suas regiões, marginalizando Trás-os-Montes e Alto Douro”, explicou Rui Santos.
Apesar das acusações implícitas no seu discurso, o presidente socialista revelou que o partido “não coloca de parte a possibilidade” de criar uma região Norte, quer “é analisar no concreto essa proposta para que todos possam decidir”.
Rui Santos deixou ainda algumas mensagens ao também Primeiro-Ministro. “Sempre dissemos que temos uma voz própria no distrito. Somos solidários com o Governo em questões essenciais, fomos no passado e continuaremos a ser no futuro, mas temos um calendário próprio”. Assim, em prol da região, o socialista reafirmou que o partido, a nível distrital, continua “contra a introdução de portagens na A24 e na Auto-estrada transmontana”, e voltou a sublinhar que “o único responsável para que isso um dia venha a acontecer é Pedro Passos Coelho”.
Salientou o apoio à criação de um Parque de Ciência e Tecnologia na Região, com enfoque na área da vinha e o vinho, tal como a criação do mestrado em Medicina, na UTAD, e na área da saúde, e prometeu empenho na concretização de novas unidades de cuidados continuados em Montalegre, Valpaços e Santa Marta de Penaguião.
Entre outras reivindicações apresentadas ao chefe do Governo, Rui Santos considerou vital a requalificação e funcionamento da linha de comboio, Pocinho-Barca de Alva, e prometeu lutar pela concretização do IC26, troço Amarante/Régua/Trancoso, pela requalificação da EN103 e ainda pela construção da variante de Mondim de Basto à A7.
“Quando lutámos contra ventos e marés nestes dois últimos anos para que o Estado fosse capaz de cumprir o que prometeu, fazer o Túnel do Marão, a Auto-estrada Transmontana, o IC5 e o IP 2, foi a pensar na igualdade de oportunidades, foi a pensar que chegou a altura, sem mais demoras, de dar oportunidade a Trás-os-Montes, para que possa dar o seu melhor e contribuir para economia nacional”, lembrou José Sócrates.
Em plena discussão nacional do Orçamento de Estado para 2011, o Primeiro-Ministro não podia deixar de focar o documento classificando-o como “um orçamento que define o país, que o abriga da turbulência e das tempestades financeiras que ocorrem ao nível dos mercados internacionais”. “Esse orçamento é o que o país precisa. Tem medidas difíceis, sim, mas pretende colocar Portugal fora da crise da dívida soberana”, sublinhou José Sócrates, pedindo “coragem, decisão, vontade e energia” aos portugueses.
Rui Santos fez ainda um diagnóstico do distrito, no âmbito do qual referiu “que 12 dos 14 concelhos continuam com rendimentos inferiores a 60 por cento da média nacional, que a taxa de desemprego real ultrapassa os 10 por cento, que a taxa de escolarização está abaixo da média nacional, que a taxa e envelhecimento é a mais alta da Nut II Norte”. “Para ultrapassar estas dificuldades, é necessário uma aposta no potencial humano e por isso disse que é urgente concretizar o Plano Regional de Emprego de Trás-os-Montes e Alto Douro”, defendeu ainda o mesmo responsável político.