Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
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O desgosto pela escola

Segundo os dados recolhidos por uma comissão em Portugal, uma boa parte dos nossos adolescentes vive mergulhada num mar de insatisfação, tristeza, apreensão e exaustão.

 É bom que as famílias prestem a devida atenção a estes sintomas. Tem de se fazer uma reflexão séria na escola, na família e na sociedade em geral. 

Mais concretamente, em cada 100 adolescentes portugueses, quase 30 dizem que não gostam da escola. “É um problema crónico”. Dormem pouco e sentem-se exaustos. Porque será? A coordenadora tece algumas críticas: a escola centrou-se demasiado na questão da avaliação em vez de no gosto pela aprendizagem. A esmagadora maioria dos alunos queixa-se que a matéria é demasiada, aborrecida e difícil. 

Será utópico conseguirmos uma boa relação de todos os alunos com a escola. Haverá sempre alunos que não gostam da escola. Torná-la atraente e agradável é um desafio para toda a comunidade educativa. A mentalidade das famílias e de grande parte da nossa cultura escolar está muito centrada na performance do aluno e na vaidade das boas notas. Certamente que se espera sempre o melhor rendimento dos alunos e que cada um aprenda a dar o melhor de si é um bom princípio de vida, mas o mais importante é que ele cresça como pessoa, aprenda a cultivar o gosto de aprender, saiba instruir-se para se tornar mais capaz e mais competente para se realizar a si mesmo e melhor servir os outros. Não importa tanto ser o melhor, mas tornar-se melhor, para ser mais para os outros. A escola tem de ser vista mais como um espaço de humanização e de verdadeira aprendizagem e não tanto como uma pista para sprints avaliativos. 

Por outro lado, é preciso rever a nossa cultura familiar. Atualmente, as famílias promovem um estilo de vida hedonista e tornaram-se permissivas. É preciso estabelecer regras, fomentar a disciplina para não se criarem dependências, que perturbam gravemente a liberdade das pessoas, e, sobretudo, ajudar a interiorizar valores, para que cada filho possa ser mais autónomo e responsável. Quem quer servir os outros e desempenhar uma profissão no futuro tem de saber ter um horário e ter capacidade de sacrifício, dedicação, abnegação, paixão pelo que se faz. Pelo que vemos, muitas famílias não cumprem esta missão, mas é fundamental que o aprendam a fazer.

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