“O Governo só recorre aos bombeiros quando tem as calças na mão”, afirmou, adiantando que as “dificuldades são muitas, pois somos uma associação humanitária com 31 funcionários e não é fácil pagar salários ao final do mês”.
“O Governo diz que tem milhões, mas não é para os bombeiros, que continuam a ser os parentes pobres da proteção civil e começa logo por não termos um comando próprio, somos subordinados a toda a gente (o Ministério da Saúde, da Administração Interna, Primeiro Ministro e Presidente da República). Ou seja, somos carne para canhão”, reafirmou o dirigente, lembrando a importância do apoio da autarquia, que paga, juntamente com a Autoridade Nacional de Proteção Civil, os salários das duas Equipas de Intervenção Permanente. “Estamos satisfeitos. A câmara dá-nos um subsídio, que não deveria ser considerado assim, mas sim pagar o serviço que realizamos a nível concelhio”. No entanto, se não fosse a autarquia, acabávamos com isso, porque não é possível fazer omeletes sem ovos”.
“Temos as dívidas controladas, com salários pagos a tempo e horas. Mas há dívidas aos fornecedores”
Ilídio Mendes- Presidente
Acrescentou que “têm um passivo a rondar os 200 mil euros, devido às obras realizadas no Bairro dos Bombeiros. Defendo que deveria ser vendido”.
Hoje, vir para a direção dos Bombeiros “não é fácil, porque a responsabilidade é cada vez maior, quando levamos zero para casa. E até chegam a insultar-nos. Estou cá desde 2007 e sinto-me cansado”.
O comandante Rui Lopes vincou que o concelho “está envelhecido” e teve de duplicar o serviço de transporte de doentes, o que “requer investimento nos veículos e no pessoal, que tem sido realizado”. A parte da emergência é o que mais preocupa o comandante, assim como os acidentes nas vinhas e no rio.
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