Para o presidente da associação, o jornalismo é “também importante para sensibilizar a comunidade para este tema e para ajudar a mudar mentalidades”.
Contudo, e apesar de a deficiência já ser abordada pelos meios de comunicação, “ainda há um longo caminho a percorrer”, admite Marina Teixeira, diretora técnica da instituição, referindo que “há medidas do Estado para a empregabilidade destas pessoas, mas é necessária uma mudança naquilo que é a nossa cultura e a nossa interpretação do que é a deficiência”.
“Já se começam a ver reportagens sobre pessoas com deficiência”, vincam os responsáveis, lamentando que, mesmo assim, continue a haver “muita discriminação”.
Nesse sentido, também se deve falar sobre a importância dos meios de comunicação social. Confrontados com o estudo “Deserto de Notícias”, segundo o qual, em 2022, 25% dos municípios portugueses não tinham qualquer órgão de comunicação, os responsáveis mostraram-se “surpreendidos”.
“Não sabia que a situação estava tão má”, vinca Marina Teixeira, admitindo que “a comunidade do interior, onde estamos inseridos, não pode viver sem os meios de comunicação regionais, porque eles produzem conhecimento, aproximam as pessoas dos centros de decisão e falam de problemas que lhes são próximos”.
“A comunicação social é importante para sensibilizar a comunidade para o tema da deficiência”
A2000
Foi no ano 2000 que surgiu, pelas mãos de nove pessoas, a A2000, em Santa Marta de Penaguião, sendo que, oficialmente, iniciou a sua atividade em 2001.
Passados 24 anos, é em Poiares, no concelho de Peso da Régua, que tem o seu “quartel general”, instalando-se no antigo colégio dos Salesianos, em 2019, edifício que a A2000 adquiriu por 2,8 milhões de euros. Com intervenção em 16 concelhos e instalações em sete, esta associação tem cerca de 1.340 sócios.
Tem como objetivo formar, capacitar e inserir, social e profissionalmente, pessoas da região norte, prioritariamente as crianças, as pessoas com deficiência ou incapacidade, os idosos e outros públicos vulneráveis, promovendo a sua qualidade de vida. Enquanto Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) de âmbito regional, pretende promover serviços de qualidade, geradores de desenvolvimento, inovação e inclusão, para os públicos mais vulneráveis, contribuindo para uma sociedade mais justa.
Competência, compromisso, respeito e inclusão são os valores pelos quais se rege. A estes junta-se os princípios da solidariedade e da dignidade.


