José Moreira ainda não era nascido quando o GD Cachão competia no escalão sénior. Aos 30 anos, e depois de treinar as equipas de formação do clube, assumiu as rédeas da equipa principal.
“Foi um convite que recebi com alguma naturalidade e que me deixou feliz”, confessa, revelando que “já trabalhava aqui e foi uma transição natural”.
“Fiquei feliz com o convite. Vai-nos faltando alguma sorte nos jogos, mas estou certo que as coisas vão mudar”
JOSÉ MOREIRA
TREINADOR
O plantel tem muitos jogadores da formação do Cachão, com uma média de idades muito baixa, a rondar os 21 anos. “Alguns vieram dos juniores, outros vieram de fora, em busca de uma oportunidade, e isso para nós é um motivo de orgulho, porque estamos a potenciá-los para outros voos”. Para José Moreira, “é um plantel unido e trabalhador”.
Um dos mais velhos do plantel é o capitão, Lálá, um filho da terra. “Foi aqui que dei os primeiros passos no futebol”, conta. Com 33 anos, “não me lembro da equipa sénior e acho que já ninguém pensaria que fosse possível o regresso acontecer”, acrescenta, admitindo ser “muito positivo para a aldeia e para o desporto”.
Lálá começou no Cachão e conta com passagens pelo Mirandela, Vila Flor, ADSP Vale do Conde, Torre de Moncorvo e pelo Sporting Clube da Mêda. Regressou ao ponto de partida “por amor à terra e por ter sido aqui que tudo começou”.
“Receber o convite foi estranho”, revela, indicando que “tirei o curso de treinador e também tive a oportunidade de estagiar aqui. É juntar o útil ao agradável”.
E liderar este plantel “é fácil”, ainda que “um pouco estranho, porque são todos muito novos. Eu tento apoiá-los”.
“Foi no Cachão que dei os primeiros passos no futebol. Receber o convite para voltar foi estranho”
LÁLÁ
CAPITÃO
Só faltam mesmo as vitórias. “Por muito que uma pessoa diga que o que interessa é participar, a verdade é que são as vitórias que nos motivam. A semana custa menos a passar quando se ganha, mas faz parte”.
O treinador admite este regresso da equipa sénior do Cachão que tem sido “uma aventura”, com “momentos bons e outros nem tanto”. E tal como o capitão, não esconde que “vai-nos faltando alguma sorte nos jogos”, até porque, desde o início do campeonato, a equipa ainda não venceu qualquer jogo.
SENIORES “SÃO O FUTURO”
Armando Manuel assumiu o comando do GD Cachão há quatro anos e não esconde que “dá muito trabalho”.
O clube viveu da formação ao longo dos últimos anos, com equipas em vários escalões. Atualmente, além da equipa principal, tem apenas o escalão de Benjamins. “Estamos rodeados de muitos clubes, como o Mirandela, e é cada vez mais difícil atrair atletas para a formação”, confessa, admitindo que “o futuro do Cachão passa pela equipa sénior”.
“É cada vez mais difícil atrair atletas para a formação. O futuro passa pela equipa sénior”
ARMANDO MANUEL
PRESIDENTE
Mas, à semelhança da formação, também para os seniores é difícil encontrar jogadores, revela Armando Manuel. “É muito difícil, sobretudo porque temos de ter um mínimo de jogadores formados localmente”. E apesar de a equipa ainda não ter conquistado pontos, o presidente admite que “a grande vitória, para nós, é chegar ao final da época”.
E ainda que os resultados desportivos não sejam animadores, “não tem faltado apoio nas bancadas”, conta.
“A nossa vitória é mesmo chegar ao final da época e para o ano, quem sabe, teremos mais escalões até porque estamos a preparar um protocolo com um clube, que ainda não posso revelar qual”, conclui Armando Manuel, não esconde, ainda, o desejo de ganhar um novo sintético.