Domingo, 3 de Novembro de 2024
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Adérito Silveira
Adérito Silveira
Maestro do Coral da Cidade de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

O último sorriso

Lá no fundo o ti Jerónimo era um bom homem. Trabalhador só quando queria. O ti Jerónimo sabia cavar, lavrar, podar e sabia andar garbosamente na sua mula Marta. Com a mulher Inácia tinha dias…ora a tratava com brandura, ora berrava, sobretudo quando a pobre diabo lhe pedia uma moeda para ir à venda comprar qualquer coisita. As compras mais frequentes cingiam-se aos fósforos, ao café, açúcar, massa, arroz e sal.

A quantia pedida andava à volta do tostão ou dos dois tostões. Pedir mais era uma ousadia a que a ti Inácia evitava com medo que o seu Jerónimo se enervasse ou bem alto disparasse para a rua alguns impropérios que até a Marta e os bois se indignavam ouvir.

No trabalho do campo o ti Jerónimo mostrava conhecimentos de séculos, só que a preguiça o dominava e as tarefas ficavam quase sempre a cargo da ti Inácia. Quando não queria trabalhar mandava a Inácia com o mesmo tom de voz com que dava ordens à mula Marta. E tantas vezes lá ia a mulher com a enxada às costas tapando a cabeça com um carregado

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