Passei a dedicar mais tempo à área da investigação.
Meti mãos à obra e comecei a procurar eventos relacionados com o tema que escolhi, segurança em instalações elétricas, que me permitissem avançar com segurança e com a certeza de que algo de importante eu poderia fazer.
O primeiro a que assisti aconteceu na Universidade de Coimbra, Jornadas Ibéricas da Engenharia Eletrotécnica em 1992. Havia vários trabalhos sobre o tema, apresentados por colegas das Universidades de Valência e de Valhadolid, ambas de Espanha. A minha presença serviu para estabelecer contactos com esses e com outros investigadores nesta área e em áreas afins.
Seguiu-se uma ida a Paris, às instalações da EDF – Eletricidade de França, onde tive reuniões com os engenheiros do reputado departamento de Terras.
Entretanto, o meu trabalho ia avançando e comecei a participar em congressos internacionais apresentando-o. Isto permitiu-me trocar ideias sobre o tema com colegas de outras universidades. Dos que considero mais importantes para mim, destaco em Florença, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Depois de terminar o trabalho a que dei o nome de “Métodos computacionais para o tratamento eficiente dos parâmetros fundamentais no projeto, execução e exploração das Redes de Terra em Instalações Elétricas”, submeti-me a Provas Públicas em maio de 1994, tendo sido aprovado e, em consequência, passei a ter o grau de Doutor. O esforço e a dedicação que me foram exigidos durante cerca de quatro anos, valeram a pena. Iniciava aí uma nova fase da minha vida de docente universitário, ainda mais exigente do que a fase que então terminava.
No meu percurso profissional tive o apoio de muitos colegas que muito me ajudaram a atingir os meus objetivos. De entre todos destaco três distintos professores catedráticos: o Carlos Couto, da Universidade do Minho que foi diretor do Departamento de Engenharias da UTAD, estava eu a iniciar os trabalhos de Doutoramento. A confiança que em mim depositou e os conselhos que me deu, ajudaram-me muito, o António Machado Moura, a quem me referi no texto anterior, que foi meu orientador e que me acompanhou em toda a minha carreira universitária e o Torres Pereira, nosso Reitor a quem devo muito do que hoje sou. Confiou em mim e atribuiu-me tarefas de muita responsabilidade. Um dia estava eu em Lisboa numa reunião e recebi um telefonema dele a dizer-me: Cordeiro quero que sejas o Gestor do ITIDAI – Instituto de Trás-os-Montes para a Investigação e Desenvolvimento Agroindustrial. A minha resposta foi imediata: Senhor Reitor, aceito o seu convite, que muito me honra e tudo farei para cumprir as obrigações inerentes a esse cargo. A partir desse momento “virei-me” mais para as energias renováveis que começavam a estar presentes no dia a dia dos portugueses. Tudo começou com o Seminário Energias Renováveis – sua importância económica e Ambiental, que decorreu na Aula Magna da UTAD nos dias 15 e 16 de julho de 1994. A organização foi da responsabilidade do professor Fernando Real, ex-Reitor da UTAD, então Gestor do ITIDAI, que tive a honra de substituir.
