O Plano Nacional para Literacia Mediática (PNLM) pretende “promover o combate à desinformação e à divulgação de conteúdos falsos” e as suas linhas orientadoras foram aprovadas em novembro, esperando-se que esteja pronto até ao final de janeiro.
Com uma dotação de 500 mil euros, o PNLM é, para Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura, “um instrumento importante para dar aos alunos a noção concreta de como a informação se faz e aumentar os níveis de literacia mediática”.
O governante lembra que “a desinformação não surgiu agora, acompanha-nos desde tempos imemoriais, mas hoje há uma possibilidade sem paralelo histórico de a mentira se propagar de forma viral”, nomeadamente através das redes sociais. Pedro Adão e Silva afirma que “distinguir factos de opiniões é fundamental, é o alicerce sobre o qual tudo se constrói”, admitindo ser também necessária “uma reflexão do lado da comunicação social, porque é frequente vermos notícias opinativas, o que é um mau contributo dado neste ambiente”.
E ainda que, numa primeira fase, o PNLM seja direcionado para a população em idade escolar, a verdade é que poderá ir mais além até porque “muitas das pessoas que não são nativos digitais, são precisamente aquelas que estão mais expostas às notícias falsas e desinformação”, vinca o ministro da Cultura, que tem a pasta da comunicação social.
O PNLM surge integrado no Plano Nacional de Leitura e o ministro explica porquê. “Por um lado, não nos pareceu eficaz a duplicação das estruturas e, por outro, permite aproveitar a capilaridade da rede associada ao Plano Nacional de Leitura, quer nas escolas, quer nas bibliotecas”, sendo possível “chegar a um conjunto vasto da população”.
“Muitas das pessoas que não são nativos digitais, são precisamente aquelas que estão mais expostas às notícias falsas”
INFORMAÇÃO FALSA
Hoje em dia, a população é diariamente bombardeada com informação, sobretudo através das redes sociais. O importante é saber separar o trigo do joio, que é como quem diz, distinguir o que é verdadeiro do que é falso. Assim, a ideia do PNLM passa por criar um conjunto de medidas que dê “ferramentas aos jovens, mas também aos adultos, para saberem avaliar a informação que têm disponível”.
“Através do PNLM pretende-se criar um plano que auxilie escolas e outros setores da sociedade com medidas e ferramentas, para jovens e adultos poderem avaliar a informação que têm disponível, desenvolverem as suas competências de leitura e literacia, saberem exercer a sua capacidade de distinguir o que é verdadeiro do que é falso, saber validar fontes, saber trabalhar esta informação”, lê-se na página da Direção-Geral da Educação.
No fundo, é um pouco isto que o jornal A Voz de Trás-os-Montes tem vindo a fazer desde 2020, com o projeto “O Jornal vai à Escola”, além de estimular os mais novos a ler, a escrever e a dar importância aos órgãos de comunicação oficiais.