Sábado, 14 de Dezembro de 2024
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Produtores otimistas com “muita e boa” castanha

Vários produtores estiveram reunidos em Rio Bom, no concelho de Valpaços, onde se debateu o futuro da castanha judia

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No concelho de Valpaços é esperado um ano em grande para a castanha judia, que é considerada “uma das melhores variedades” do mundo.

Lino Sampaio, da Associação Agrifuturo, que tem 250 associados e promoveu a iniciativa “Judia Com Futuro”, revela que o clima foi bom e é esperado um “super ano”, com castanhas de qualidade e também em quantidade. “Seguramente, o S. Pedro ajudou-nos, com a chuva a trazer humidade ao fruto, que está mais pesado, pelo que vamos ter castanhas de qualidade que não tínhamos há alguns anos”.

A castanha tem sido um excelente mote para fixar gente”
LINO SAMPAIO, Agrifuturo

Questionado sobre quando começará a apanha, o produtor sublinha que “estamos no timing correto. Estas oscilações da temperatura, com um tempo nem muito frio, nem muito calor, é positivo, pelo que quanto mais atrasarmos a apanha da castanha, melhor para nós, porque o consumo requer algum frio”.

FIXAR GENTE

Lino Sampaio refere que há cada vez mais jovens a apostar nesta cultura. “Apostamos no associativismo, porque acreditamos que será desta forma que se vamos fixar gente neste interior. E nesta terra é a solução, uma vez que não temos indústria, pelo que temos que seguir este caminho e a castanha tem sido um excelente mote para fixar gente, o que está a acontecer, inclusive há emigrantes a regressarem para apostar na castanha”.

Na promoção não pode haver capelinhas, mas sim uma catedral”
ANGELINA EIRA, Agrifuturo

Mas falta valorizar um produto que é de excelência, pelo que a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro poderia ter um “papel fundamental” para dar-lhe outra visibilidade. “A castanha é o ouro da região, mas falta-lhe apenas a criação de refinarias a montante, ou seja, valor acrescentado para outras finalidades para além da venda ao quilo”, sustenta Angelina Eira, presidente da Agrifuturo, adiantando que “a UTAD poderia ser a tal refinaria para termos melhor produto”.

“Poderia apostar num mestrado em castanhas, que ensine os jovens a tirar melhor proveito deste produto. Os estudos que se fazem também deveriam chegar aos produtores, já que são eles os principais interessados em melhorar a sua produção. São apenas algumas sugestões que deixo à UTAD, uma vez que a valorização do produto é o nosso maior desafio para o futuro”, afirma.

Jorge Pires, vereador da Câmara de Valpaços, reiterou que a UTAD “poderia fazer com este setor o que foi feito com os vinhos, com o curso de enologia”, de forma a valorizar este produto que “é uma referência a nível nacional”.

A castanha judia diferencia-se de todas as outras, mas temos de lhe acrescentar valor”
JORGE PIRES, Vereador CM Valpaços

Acrescentou ainda que “criámos uma zona industrial com o objetivo de atrair empresas para acrescentar valor e à transformação da castanha, que irá gerar riqueza, postos de trabalho e fixar pessoas no território. Já atribuímos 14 lotes”.

A Câmara de Valpaços reconhece que este é um setor de “extrema importância” para o concelho, pelo que “entendemos que o castanheiro reúne todas as condições para ser uma área prioritária de investimento e de salvaguardada a agentes abióticos”, finalizou o vereador.

José Matias, diretor regional adjunto de Agricultura e Pesca do Norte, afirmou que a judia tem futuro, com os produtores a apostarem cada vez mais na plantação de castanheiros. “Nos últimos 10 anos, houve sempre aumento da área de plantação, pelo que é preciso rentabilizar a produção, aproveitando melhor a Denominação de Origem Protegida e é necessária uma melhor organização”.[/block]

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