Estes são dados avançados pela Comissão Municipal de Gestão Integrada de Fogos Rurais (CMGIFR) do concelho de Vila Real, que reuniu esta terça-feira para analisar as ocorrências de incêndios florestais registadas em 2022.
O ano foi marcado pela grande ocorrência registada no dia 21 de agosto na Samardã e que consumiu uma área de 5800 hectares repartida pelos territórios da União de Freguesias (UF) de Borbela e Lamas d’Olo (888ha), UF de Justes e São Tomé do Castelo (1710ha), UF de Mouçós e Lamares (177ha) e UF de Adoufe e Vilarinho da Samardã (3027ha).
Segundo uma nota de imprensa do Município de Vila Real, neste grande incêndio florestal, que só foi extinto no dia 27 de agosto, estiveram envolvidos mais de 2000 operacionais de 173 entidades, nomeadamente 167 Corpos de Bombeiros, 408 viaturas e 8 meios aéreos, sendo “as áreas revestidas por matos e as áreas agrícolas aquelas que foram mais fortemente afetadas”.
Este incêndio, começou às 7 da manhã de 321 de agosto e iniciou-se com 4 focos distintos, que foram imediatamente combatidos, “tendo um deles ficado sem capacidade de controlo e originado, devido à sua localização, orografia (fortes declives) e condições meteorológicas adversas, a grande área ardida que se veio a registar”, sublinha ainda a CMGIFR.
A comissão admite que neste grande incêndio, havendo um elevado número de operacionais e meios envolvidos, se verificou “uma consequente dificuldade de coordenação de teatros de operações com esta dimensão”, no entanto valoriza “o empenho, abnegação e altruísmo dos combatentes, especialmente dos Corpos de Bombeiros, como os Bombeiros da AHBV da Cruz Branca e da Cruz Verde, que tudo fizeram para que não se tivessem perdido vidas humanas e registado danos materiais em habitações, apesar de o incêndio se ter aproximado das localidades”.
A comissão conclui que os territórios de montanha inseridos na UF de Adoufe e Vilarinho da Samardã, Campeã, Borbela e Lamas d’Olo, Pena, Quintã e Vila Cova e Mouçós e Lamares, são os mais afetados pelos incêndios florestais, “ocorrências relacionadas com as atividades de pastorícia que aí se desenvolvem e que originam ocorrências que se transformam em incêndios florestais”.
O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do concelho de Vila Real identifica, precisamente estes territórios concelhios como as áreas florestais de maior risco de incêndio, sendo aí que o município tem concentrado os investimentos para a Defesa da Floresta Contra Incêndios, criando faixas de gestão de combustíveis (limpezas manuais, moto manuais, mecanizadas e fogo controlado), pontos de água para apoio ao combate, beneficiação de caminhos e rede divisional, ações de informação e sensibilização para o correto uso do fogo, investimentos que já ultrapassam os 877 mil euros, valor aplicado entre março de 2021 e até maio de 2022.