Sexta-feira, 26 de Julho de 2024
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Será a missa uma seca?

De vez em quando, alguns cristãos que raramente vão à missa, lá vão deixando escapar: «eu até ia à missa, mas aquilo também é sempre a mesma coisa, a missa é uma seca».

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É um sacrilégio dizermos uma coisa destas! Como é possível que a celebração do maior acontecimento da vida de Jesus Cristo, logo também dos cristãos, que traz libertação, paz e reconciliação à vida de todos e do mundo, seja visto como uma seca?

A missa acaba por sofrer com alguns defeitos deste tempo: ausência de vida interior e de espiritualidade, falta de oração e de contemplação na vida das pessoas, dificuldade em fazer e viver o silêncio, pouca reflexão, falta de atenção e de concentração, indisciplina mental, tédio, afastamento da linguagem simbólica. Para além disto, temos depois as características deste tempo, que não deixam entrar na vivência da eucaristia: individualismo, que tolda e atrofia a capacidade de se viver para um ideal e de pensar e viver para os outros, para a comunidade; o hedonismo, que confunde alegria e festa e até celebração só com euforia, prazer, sensação e diversão; a valorização excessiva do movimento, que vai convencendo tudo e todos que só aquilo que põe as pessoas aos pulos e aos gritos é que tem graça, sendo até «original» e «inovador», sendo o seu contrário uma «seca» ou cinzentismo. Enfim, a suave superficialidade que vai reinando um pouco na vida de todos.

Na celebração da eucaristia, celebramos a admirável obra de Jesus Cristo e o grande amor de Deus pela humanidade. Como celebração sagrada, ela tem de ser expressão do sagrado, do transcendente e da santidade de Deus. Não podemos ceder à tentação de a querermos domesticar como muito bem nos apetece, com invenções e improvisos tontos e com teatralidade para divertir, intoxicando-a com o ruído do mundo e com a nossa mediocridade. Ela não é nossa, é de Cristo e para ser sempre expressão da beleza e da grandeza do seu amor e da sua vida. No livro «Diálogos Sobre a Fé», o Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI, afirma: «A liturgia não é um show, um espetáculo que necessite de diretores geniais e de atores de talento. A liturgia não vive de surpresas simpáticas, de invenções cativantes, mas de repetições solenes. Não deve exprimir a atualidade e o seu efémero, mas o mistério do sagrado».




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