A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Salvação Pública (AHBVSP) – Cruz Branca assinalou, domingo (7), o aniversário com a bênção de uma nova viatura, um veículo-plataforma de 32 metros, que é considerado “uma ferramenta fundamental e indispensável”, já que a corporação não tinha nenhum deste tipo, sendo importante “não só no socorro e salvamento, como para proteger os próprios operacionais, e facilitar o trabalho em altura com mais proteção”, sublinhou o presidente da Associação Humanitária, Álvaro Ribeiro, que adiantou que o veículo teve um custo de 80 mil euros, suportado pela associação, que contou com o apoio de Luís Maximiano da Silva, que apadrinhou o veículo-plataforma, benzido pelo bispo da Diocese de Vila Real, D. António Augusto Azevedo.
No discurso do dia de aniversário, o presidente da associação não deixou de fazer críticas. “A nossa vida associativa tem sido marcada por incertezas e falta de apoio das entidades competentes, não sentimos o reconhecimento devido pelo trabalho prestado”, lamentou, apontando preocupações das corporações, como o aumento dos salários. “Até ao presente, nenhuma das entidades que connosco trabalha ou que nos apoia refletiu ainda o aumento do custo do trabalho, para que seja suprimido”.
Na cerimónia, o comandante Orlando Matos, deixou alguns números sobre a atividade da corporação. “Em 2023, foram percorridos 241 741 quilómetros e gastas 28 300 horas” pela corporação no total das ocorrências a que responderam. “O padrão de exigência atual implica saídas para o socorro de forma imediata, o que requer uma participação dos bombeiros nas escalas de serviço fora das suas atividades profissionais, o que cada vez se torna mais difícil de cumprir dadas as exigências laborais serem cada vez maiores”, afirmou, garantindo que não têm falta de bombeiros, mas enfrentam pouca disponibilidade. “O tempo é cada vez mais escasso, e os empregadores não são incentivados a permitir a ausência dos locais de trabalho”, sublinhou, por isso continua a defender “a profissionalização da primeira resposta, com equipas permanentes 24 sobre 24 horas, sendo depois apoiados por elementos voluntários no reforço operacional”.
FUNDAÇÃO DA CORPORAÇÃO
A Cruz Branca assinalou 127 anos, no entanto, o corpo de bombeiros é mais antigo, tendo afinal 160 anos. A conclusão é do investigador Paulo Guimarães, que escreveu um livro sobre a instituição: “Capítulos da história dos Bombeiros Voluntários da Cruz Branca – Fundação”, que foi apresentado dia 5.
“O Corpo Municipal de Bombeiros é onde está a nossa origem, que passou por uma série de convulsões, até ser criada a AHBVSP, que recebeu o corpo de bombeiros municipal”, afirmou Álvaro Ribeiro, que admitiu que a corporação irá fazer “ajustamentos temporais” e pode atualizar o ano de fundação para 1864. “Estamos num processo de análise interno, que passará por uma decisão da Assembleia Geral, mas todos nós estamos surpresos”, refere.
No dia de aniversário, foram ainda impostas distinções honoríficas por mérito e assiduidade e promoções de bombeiros.