Depois da derrota caseira frente ao Régua, era importante para os alvi-negros regressar às vitórias para não deixar o Mondinense distanciar-se na tabela classificativa.
O Vila Real entrou algo nervoso e não conseguia explanar o seu futebol. Só através de lances de bola parada incomodava o guarda-redes Marco, como o lance que aconteceu aos 4’. A bola é levantada para o coração da área, onde aparece Moura a cabecear para defesa incompleta de Marco, na recarga, Fredy, com a baliza completamente aberta, atira para fora. O central visitado não esperaria que a bola viesse ter aos seus pés. A partir deste lance, o jogo foi repartido. Os donos da casa não conseguiam “pegar” no jogo e o Murça jogava de igual para igual com o seu adversário. Aos 20’, Abreu coloca à prova os reflexos de Ivo, que teve de se aplicar para travar o forte remate do médio forasteiro. A resposta não tardou, também de bola parada. Castanha coloca ao segundo poste e Ernesto não consegue o desvio, quando estava completamente solto na área. O Vila Real continuava a optar em canalizar o seu jogo pelo miolo do terreno, em detrimento dos flancos e assim a tarefa dos murcenses estava mais facilitada. Quando decidiu jogar pela lateral, numa jogada de insistência, André Azevedo coloca em Shuster, este faz o cruzamento para o segundo poste onde aparece Moura a cabecear para o fundo das redes, inaugurando o marcador. O Murça tentou responder e ainda antes do intervalo, teve uma oportunidade, mas o cabeceamento de Rudy saiu ao lado do poste. Apesar de não estar a realizar um bom jogo, os alvi-negros saíram em vantagem para o intervalo.
Para o segundo tempo, os dois técnicos optaram por não fazer nenhuma alteração, apostando na mesma estratégia. O Murça continuou a ser uma equipa coesa que ia criando dificuldades ao último reduto da casa. Aos 55’, uma excelente combinação do ataque forasteiro culmina com o remate de Edison que sai a rasar a quina do poste. Volvidos três minutos, o Vila Real responde, mas Moura tem uma falha clamorosa. Castanha oferece-lhe a bola, mas Moura, com a baliza deserta, atira por cima do travessão. Aos 66’, o recém-entrado Leandro, em boa posição, atira contra o guarda- -redes. Como quem não marca, arrisca-se a sofrer, eis que, aos 75’, o Murça chega ao golo da igualdade. Na sequência de um pontapé de canto, a bola é colocada ao primeiro poste, Shuster faz um desvio, mas a bola fica em Edison que faz um remate espectacular que entra na baliza de Ivo, que, desta vez, não poderia fazer nada para travar o remate do médio murcense. O Vila Real só conseguia criar perigo através de lances de bola parada, pois o “relvado” do Monte da Forca não permite grandes recortes técnicos para as equipas que gostam de fazer um futebol apoiado, como é o caso do Vila Real. Aos 85’, Ernesto volta a falhar incrivelmente. Através de um livre, Castanha coloca, de novo, ao segundo poste, Ernesto faz o cabeceamento para uma excelente intervenção de Marco. Já em tempo de compensação, numa jogada de insistência, Ernesto aparece isolado na área, o guarda-redes sai da baliza e tenta tirar-lhe a bola, o jogador cai e o árbitro não teve qualquer dúvida em assinalar o castigo máximo. Os jogadores do Murça protestaram e Albino vê mesmo o cartão vermelho directo, por supostas palavras dirigidas ao árbitro João Cabral. Chamado à conversão, Shuster atira para o segundo golo da tarde, que garantiram os três pontos aos vila–realenses. Antes do apito final, uma última ocasião para Pinho que remata forte, mas a bola sai a rasar a trave.
Os alvi-negros não fizeram uma boa exibição, mas conseguiram alcançar a vitória que lhes permite continuar a apenas dois pontos do líder Mondinense. O Murça surpreendeu e lutou por outro resultado, mas o seu esforço acabou por ser penalizado no último minuto da partida.
CARLOS FELISBERTO, treinador do Vila Real
“O resultado foi melhor que a exibição”
O técnico alvi-negro ficou mais satisfeito com a vitória do que com a exibição da sua equipa. Mais uma vez, o relvado do Monte da Forca mereceu críticas de Carlos Felisberto.
“Face ao que se passou em campo, o resultado acaba por ser justo. O terreno do Monte da Forca dificulta em muito a nossa tarefa. Hoje, conseguimos uma vitória mesmo no último minuto da partida, num jogo em que não fomos brilhantes. Fizemos um golo, mas tivemos inúmeras oportunidades para dilatar a vantagem, que nos permitiria encarar os últimos minutos de jogo de outra forma. Tivemos que jogar mais com o coração do que com a nossa organização, mas vamos continuar a trabalhar para conquistar sempre os três pontos. Em pisos bons, temos evidenciado uma qualidade superior, em nossa casa, temos sentido algumas dificuldades, pois gostamos de jogar com um futebol apoiado e se começamos a falhar passes, isso acaba por trazer intranquilidade à equipa. É uma situação que tem que ser analisada e vamos ver se é melhor para o clube jogar no campo do Calvário ou então mudar a nossa forma de jogar, principalmente para os jogos em casa. Na verdade, o Murça é uma equipa constituída por bons jogadores, mostrou isso mesmo no jogo de hoje e a sua classificação está desfasada do seu verdadeiro potencial. Estamos num ciclo que será determinante para apurar o campeão da A.F. de Vila Real, vamos a Vidago e depois recebemos o Mondinense, vamos trabalhar para vencer todos os jogos.
Leonardo Teixeira, técnico do Murça, referiu à nossa reportagem que não prestava qualquer declaração aos órgãos de comunicação social.
FICHA TÉCNICA
Jogo disputado no Complexo Desportivo do Monte da Forca.
Árbitro: João Cabral
Auxiliares: Ângelo Borges, Raul Maia
VILA REAL – Ivo, Bessa, Francis, Fredy, Ernesto, André Lisboa (Mica, 77’), Mico (Miguel Ângelo, 80’), Castanha, Moura (Leandro, 62’), Shuster, André Azevedo.
Suplentes não utilizados: Pedro, André Teixeira, Diogo e Henrique.
Treinador: Carlos Felisberto
MURÇA – Marco, Topinha (Toni, 86’), Adegas, Abreu, Albino, Clemente, Jonathan, Edison (Bino, 93’), Rudy, Tiago, Pedro (Loureiro, 70’).
Suplente não utilizado: Rui Sousa, Fábio André, Paulinho e Delgado.
Treinador: Leonardo Teixeira
Ao intervalo: 1 – 0
Cartões Amarelos: Bessa (38’), Adegas (39’), Abreu (50’), Clemente (58’), André Lisboa (65’) Topinha (73’), Mica (87’), Marco (94’), Shuster (95’).
Cartão Vermelho: Albino (94’)
Marcadores: Moura (32), Edison (75’), Shuster (95’).